Além de permitir uma avaliação do cancro da próstata muito mais eficaz, a utilização da nova molécula não terá um custo superior ao do atual radiofármaco disponível no mercado ? a Fluorcolina – 18F.
Os resultados são fruto de quatro anos de desenvolvimento no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), um organismo autónomo da Universidade de Coimbra dedicado à investigação biomédica e à aplicação clínica de moléculas marcadas com substâncias radioativas.
Esta descoberta “constitui um avanço significativo na avaliação desta doença ao possibilitar uma detecção mais precoce do cancro da próstata, sobretudo em situações de recidiva”, afirma Miguel Castelo Branco, diretor do ICNAS, num comunicado de imprensa enviado ao Boas Notícias.
É mais eficaz mas custa o mesmo
Embora seja mais eficiente na detecção desta forma de cancro, a inovação tem os mesmos custos de produção e aplicação do radiofármaco que se usa atualmente, a Fluorcolina – 18F.
João Pedroso de Lima, coordenador para a área clínica do ICNAS, crê que estão reunidas todas as condições para “substituir o uso da Fluorcolina – 18F em Portugal”.
“A molécula produzida no ICNAS, já é utilizada em alguns países europeus, é muito mais sensível, permitindo avaliar parâmetros impossíveis de identificar por outros métodos de diagnóstico e fornece informações essenciais para detetar, precocemente, e localizar, o reaparecimento do tumor e a sua metastização”, acrescenta.
Segundo a Sociedade Portuguesa de Oncologia, o cancro da próstata é o tumor maligno mais frequente nos homens e um dos que revela sintomas mais tardiamente.
O ICNAS produz e usa diversas moléculas, também designadas por radiofármacos, na realização de PET/CT em Oncologia, Neurologia e Cardiologia.