Ciência

Portugueses estudam tratamento de doenças ósseas

Os níveis de adenosina controlam a remodelação do osso em mulheres na pós-menopausa, revela um estudo realizado por uma equipa de investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) do Porto, a que a Lusa teve acesso, e que abre c
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Os níveis de adenosina controlam a remodelação do osso em mulheres na pós-menopausa, revela um estudo realizado por uma equipa de investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) do Porto, a que a Lusa teve acesso, e que abre caminho ao tratamento de doenças como a osteoporose e a artrite reumatóide.

De acordo com a Lusa, os resultados “abrem caminho na procura de novos alvos moleculares destinados ao tratamento de doenças como a osteoporose e a artrite reumatóide, onde a destruição óssea ultrapassa a capacidade individual de formação de osso”.

A adenosina é uma das substâncias produzidas pelas células ósseas e interfere na remodelação do osso. Ao ter demonstrado que a adenosina tem um papel crucial na proliferação das células responsáveis pela formação do tecido ósseo, a descoberta dos investigadores do Laboratório de Farmacologia e Neurobiologia do ICBAS, “vai permitir estudar compostos que substituam o papel ativo da adenosina e levar à produção de fármacos capazes de agir eficazmente, antes da destruição óssea”.

Atualmente, segundo a equipa liderada Paulo Correia de Sá, “não existe nenhum medicamento aprovado para o tratamento das doenças ósseas capaz de aumentar os níveis de adenosina e/ou a sua ação farmacológica sobre as células progenitoras do osso”.

O estudo já foi publicado no Journal of Cellular Physiology e o próximo passo dos investigadores do ICBAS será “tentar perceber de que forma podem ser aumentados os níveis de adenosina no osso”.

Nesse sentido, “serão testados fármacos que atuem como seus precursores, substâncias que promovam a sua libertação pelas células e/ou compostos que impeçam a sua degradação”.

Os investigadores explicam que com a idade, as alterações hormonais da menopausa condicionam a ação da adenosina sobre o osso e apontam o consumo exagerado de café como outro dos fatores negativos.

“Está provado cientificamente que a cafeína é um potente antagonista dos recetores da adenosina”, sustentam.

Dados epidemiológicos demonstram, que o consumo de mais de quatro chávenas de café por dia leva à perda significativa de massa óssea em mulheres após a menopausa.

“Os efeitos indesejáveis da cafeína na maturação das células ósseas provenientes de mulheres sujeitas à colocação de próteses da anca” foram comprovados, pela primeira vez, neste estudo do ICBAS, usando diversos análogos da cafeína.

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