Um grupo de investigadores portugueses está a estudar as vantagens fortificantes e antioxidantes do agrião de água nos doentes com cancro, capazes de tornar as células mais resistentes e de abrandar o crescimento das malignas.
Um grupo de investigadores portugueses está a estudar as vantagens fortificantes e antioxidantes do agrião de água nos doentes com cancro, capazes de tornar as células mais resistentes e de abrandar o crescimento das malignas.
“O objetivo é levar a cabo um ensaio clínico em doentes com neoplasia da mama e investigar se as dietas fortificadas com um alimento rico em nutracêuticos, nomeadamente o agrião de água, têm algum tipo de impacto na resistência das células saudáveis aos tratamentos”, esclarece Paula Ravasco, do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Em declarações à Lusa, a cientista adianta que a fortificação da dieta com esse alimento poderá ter um impacto em termos da resistência do DNA das células e, com isso, na qualidade de vida dos doentes, na manutenção da capacidade funcional e no seu estado metabólico.
A investigação tem por base estudos anteriores, que concluíram que o agrião de água é rico numa substância que pode ter efeitos ao nível da doença oncológica. “O objetivo passa por tentar otimizar a terapêutica antineoplásica e, ao mesmo tempo, tentar reduzir os efeitos adversos dessa terapêutica que os doentes obrigatoriamente têm de fazer”, refere a investigadora.
Segundo Isabel Monteiro Grillo, também do IMM, está provado que os doentes com cancro experimentam alterações nutricionais importantes que, “em determinadas circunstâncias, podem mesmo levar à morte”, por desnutrição e caquexia.
No entanto, sendo o agrião uma substância tão rica, sobretudo num elemento protetor das células benignas, em vitamina A, C, em complexo B, ferro, magnésio, zinco, enxofre, cálcio, fluor e potássio, acredita-se que este poderá ser um importante bloqueador do crescimento das células cancerígenas.
“Estava na altura de experimentar este produto no sentido de, não só, melhorar o prognóstico da doença, como a resistência ao tratamento e a diminuição da toxicidade das células derivada” da terapia, acrescenta esta especialista.
A investigação vai ter a participação de 200 doentes e resulta da “colaboração entre uma empresa que se disponibilizou para ajudar um instituto de investigação”.