Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho descobriu uma proteína cuja ação é fulcral no tratamento da esclerose múltipla. A mesma pode ajudar a percecionar a rapidez com que a doença evolui em cada paciente e, dessa forma, adaptar o tipo
Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho descobriu uma proteína cuja ação é fulcral no tratamento da esclerose múltipla. A mesma pode ajudar a percecionar a rapidez com que a doença evolui em cada paciente e, dessa forma, adaptar o tipo de medicação mais preciso.
Os resultados do estudo, levado a cabo pela equipa liderada por João Cerqueira, foram agora publicados na revista 'Frontiers in Cellular Neuroscience' e sugerem que a lipocalina 2 pode ser usada como marcador de diagnóstico e avaliador de prognóstico na esclerose múltipla, uma vez que a mesma aumenta nos pacientes com a doença.
“Ao medir a quantidade desta proteína presente no líquido da espinal medula, é possível saber, com alguma segurança, se o doente vai ter uma evolução mais ligeira ou agressiva da doença. Isso vai permitir um ajustamento mais adequado e eficaz da terapêutica em cada paciente”, explica o neurologista de 36 anos.
Em comunicado enviado ao Boas Noticias, os especialistas avançam ainda que o sol e respetiva vitamina D também beneficiam o tratamento da esclerose múltipla, na medida em que ajudam ao controlo do sistema imunitário.
“Há um défice endémico desta vitamina na população ocidental, que deixou de se expor ao sol em quantidades suficientes. Isso pode agravar uma série de doenças imunitárias e outras degenerativas como o Alzheimer”, avança o docente da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Minho.
A esclerose múltipla surge quando o próprio sistema imunitário se começa a agredir a si mesmo, em particular ao sistema nervoso central (cérebro e espinal medula) e à mielina, que protege os neurónios. Essa mudança interfere com as funções coordenadoras centrais como a sensibilidade, a locomoção, a cognição, a audição, a visão e a excreção.
Em Portugal, a doença afeta cerca de 5.000 portugueses, numa média de 46 casos em cada 100.000, entre os 20 e os 40 anos de idade, dos quais dois terços são mulheres.