Os consumidores portugueses acreditam que a sua situação económica e financeira é tendencialmente melhor do que em 2017, de acordo com o mais recente estudo do Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM) sobre os hábitos de consumo dos portugueses nos últimos 12 meses e a sua evolução para 2019. Os inquiridos perspetivam também que este ano deverá manter-se a tendência positiva iniciada no ano anterior, com a maioria a acreditar que irá conseguir preservar a sua situação atual de consumo.
O estudo do IPAM permite ainda concluir que os consumidores portugueses consideram que a situação do país será semelhante à do ano passado, tal como a situação financeira dos agregados familiares, assim como o seu poder de compra: 68% dos inquiridos diz que a situação financeira do agregado familiar vai manter-se, após a acentuada melhoria de 2017, e 74% considera que o seu poder de compra também não vai ser alterado.
Na sequência da caracterização dos comportamentos e atitudes dos consumidores o trabalho do IPAM procurou compreender qual a perspetiva para o futuro próximo e 49% dos inquiridos considera que a situação irá melhorar, enquanto 48% pensa que se irá manter. Apenas 3% dos inquiridos acredita que a situação irá piorar.
O estudo analisou diferentes vertentes associadas ao consumo, nomeadamente no que diz respeito ao rendimento disponível, concluindo que 46% dos inquiridos obteve um aumento do rendimento em 2017, face ao ano anterior. A justificar o aumento do orçamento disponível, 35% dos inquiridos destacou a integração no mercado de trabalho de um elemento do agregado familiar.
No caso da população que teve uma diminuição do orçamento disponível, para 33% dos inquiridos deveu-se a uma redução salarial e para 67% a uma situação de desemprego no agregado familiar.
Estudo analisa comportamento dos consumidores na compra de produtos
Considerando esta melhoria geral de rendimentos da população, o IPAM procurou compreender quais os fatores considerados na compra de determinados produtos de forma a melhor caracterizar o comportamento dos consumidores. No caso dos produtos alimentares realçou-se a preocupação com o preço como sendo importante, particularmente para 25% dos inquiridos.
No caso dos bens não duráveis – como por exemplo roupa, sapatos e brinquedos -, apesar da melhoria do poder de compra, os argumentos financeiros ganham cada vez mais importância para 75% da população inquirida. A este nível a preocupação com o preço dos produtos (28%) assume relevância. Importa ainda salientar a seleção do local de compra, nomeadamente em função de campanhas e promoções, consideradas importantes para 28% dos inquiridos.
O estudo do IPAM evidencia ainda uma tendência clara de manutenção das compras nas diferentes áreas, o que já vinha a ser visível desde 2016, designadamente com a cosmética e maquilhagem, atividades de educação e formação para os filhos, despesas no cabeleireiro, entre outras.
Em termos conjunturais, o estudo do IPAM analisou fatores que influenciam o comportamento dos consumidores na compra de produtos, como a instabilidade, a diminuição do orçamento disponível, o desemprego, a apreensão generalizada face ao futuro, testemunhando um aumento generalizado de confiança.
Neste contexto, o IPAM acredita ser possível afirmar que, independentemente de algumas mudanças nas condições de vida dos consumidores, houve uma adaptação à situação de crise e uma mudança profunda de comportamentos com impacto na perceção de qualidade de vida. Algumas alterações efetuadas mantiveram-se, havendo áreas em que se verificam alterações nas perspetivas dos consumidores.
Ficha Técnica do estudo:
O estudo do IPAM foi promovido entre os dias 28 de fevereiro e o dia 8 de março de 2018, com uma amostra composta por 450 indivíduos. 25% Dos inquéritos foram realizados diretamente e 75% foram realizados on-line. A coordenação do estudo é da responsabilidade da Professora Mafalda Ferreira, Professora do IPAM Porto e Doutorada em Psicologia Social pela Universidade de Cádiz.
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