O estudo desenvolvido entre a Universidade Católica do Porto e o Politécnico de Bragança utiliza os extratos de diferentes tipos de cogumelos para encontrar uma forma de tratamento eficaz contra a Staphylococcus aureus meticilino-resistente – nome científico da MRSA – que, em 2005, registou uma taxa de mortalidade mais alta do que o vírus da Sida.
“A equipa demonstrou a eficácia de alguns compostos fúngicos contra infeções graves que frequentemente ocorrem em ambiente hospitalar e podem resultar em septicemia, pneumonia ou pericardite”, explica a Universidade Católica em comunicado ao Boas Notícias.
A eficácia da terapia foi testada em bactérias de pacientes de um hospital português e os cientistas conseguiram observar que os fungos possuem “propriedades antimicrobianas” que permitem inibir “com sucesso o crescimento destas bactérias”.
Projeção internacional
A universidade portuense revela que esta descoberta ganha “especial projeção” a nível internacional tendo em conta “a falta de antibióticos eficazes contra as resistências múltiplas atualmente detetáveis em hospitais”.
Este estudo é fundamental para o combate à propagação da bactéria MRSA e para evitar que “as pessoas possam morrer de uma simples infeção”. “A busca de novos antibióticos atinge assim um novo nível de urgência”, realça a Católica do Porto.
A investigação das duas instituições de ensino portuguesas foi publicada este mês na revista britânica “Journal of Applied Microbiology”. Para além da hipótese de tratamento da MRSA, os cientistas acreditam que as potencialidades dos cogumelos podem também ajudar no tratamento de outros vírus e bactérias existentes.
Notícia sugerida por Lídia Dinis