Desempregada há um ano, a portuguesa Sofia Mesquita cansou-se de esperar (e desesperar) em busca de trabalho. Depois de muitos esforços infrutíferos, a jovem criou um currículo original em vídeo que está a fazer sucesso nas redes sociais.
Desempregada há um ano, a portuguesa Sofia Mesquita cansou-se de esperar (e desesperar) em busca de trabalho. Depois de muitos esforços infrutíferos, a jovem de 27 anos decidiu marcar a diferença pela criatividade e criou um currículo original em vídeo que está a fazer sucesso nas redes sociais e que, em apenas seis dias, ultrapassou as 35 mil visualizações no Youtube.
por Catarina Ferreira
“Ao fim de algum tempo comecei a ficar desmotivada porque não chegavam respostas e percebi que tinha de escolher outra forma de sobressair. Fiz algumas entregas de currículos de porta em porta, mas o resultado foi o mesmo. Decidi então que teria de fazer algo que chamasse a atenção”, conta Sofia, natural de Arganil mas que viveu toda a vida em Leiria, em entrevista ao Boas Notícias.
E assim foi. Inspirada pelo Facebook [“nada melhor para revelar a nossa vida e o nosso dia-a-dia”, salienta], lembrou-se de associar esta rede social ao seu currículo, mas de uma forma original. “Não queria o formato digital, portanto surgiu-me a ideia de criar um Facebook à mão. Poucos dias depois comecei a construir tudo na minha cabeça e fui comprar uma cartolina branca. Depois foi só pôr mãos à obra!”.
Durante muitas horas, que se transformaram em muitos dias, a jovem portuguesa, que se encontra atualmente a frequentar o mestrado em Comunicação Estratégica no ISCSP –UTL, em Lisboa, desenvolveu, sozinha, a sua própria página do Facebook em papel, desenhada ao pormenor com todos os seus dados pessoais e profissionais, fotografias, amigos e até uma janela de notificações.
À medida que trabalhava na construção deste “Facebook manual”, Sofia ia fotografando as diversas fases do processo, obtendo um total de 316 imagens, matéria-prima que utilizou no filme que entretanto produziu, também autonomamente.
“Passei cerca de três horas diárias durante duas semanas a tratar da parte manual e, à medida que criava o 'desenho', tirava fotografias. Quando terminei passei à produção do filme, que demorou cerca de 2 ou 3 dias, incluindo a escolha da música”, recorda a jovem, que se esforçou para que este trabalho fosse “leve e de fácil visualização” e “não se tornasse aborrecido”.
O processo foi “um pouco exigente”, admite Sofia, confessando também que foi necessária “alguma paciência” e capacidade de “controlar a ansiedade de terminar, sobretudo na fase final, para evitar alguma precipitação” que pudesse levar a cometer erros que prejudicassem o produto final.
“Feedback tem sido inacreditável”, diz Sofia
O passo seguinte foi divulgar o filme em diversas plataformas, desde o Youtube ao Twitter e ao Gmail. O vídeo acabou por se tornar um enorme sucesso e começou a ser partilhado por sites como o Carga de Trabalhos ou o Netempregos e também por alguns blogs, para surpresa e satisfação da jovem, que tem recebido muitas mensagens de parabéns.
“As pessoas têm sido muito positivas em relação ao vídeo. Recebi imensos elogios e comentários positivos, sei que houve e ainda há muita gente a partilhar o vídeo, nomeadamente muitas pessoas que não conheço. O feedback tem sido inacreditável”, congratula-se a jovem.
As respostas de potenciais empregadores, pelo contrário, não têm sido tão abundantes. “Recebi alguns contactos mas infelizmente ainda não houve nenhuma proposta em concreto”, desvenda. Ainda assim, Sofia promete não baixar os braços “porque a esperança é a última a morrer”.
Entretanto, vai continuar a trabalhar para terminar o Mestrado ainda este ano letivo e dar seguimento às aulas de Mandarim, que tem frequentado no Instituto de Línguas da Universidade Nova de Lisboa. Em paralelo manterá várias atividades em regime de part-time, de onde retira “rendimentos para o dia-a-dia”, e o tempo livre, esse, continuará a ser aproveitado para fazer mais desporto.
“O facto de estar desempregada não fez com que os meus dias deixassem de ser agitados ou intensos, até porque faço questão que o sejam. Não gosto de estar isolada nem do silêncio. Gosto de atividade e de agitação. Faz-me sentir viva”, conclui.
[Notícia sugerida por David Ferreira]