Susana teve, por isso, um papel fundamental na mais recente exposição do museu nova iorquino, “Guitar Heroes”, nomeadamente na análise dos instrumentos a serem exibidos e na escolha de materiais, temperatura, humidade, luz e tipos de suporte necessários.
“Trabalhei particularmente em três instrumentos do Met: um bandolim de 1782, uma guitarra de pequeno tamanho e uma lira-guitarra, da primeira década do século XIX, que estavam há muitas décadas em armazém”, disse à agência Lusa.
“Revelam uma grande habilidade técnica, um excelente domínio de materiais, uma continuidade histórica. É tudo perfeito para a sua época e contexto. As estruturas suficientemente robustas para suportar a tensão das cordas, o uso. Agradáveis aos olhos. Perfeitos ao ouvido. Os instrumentos musicais são das obras de arte mais completas”, acrescenta a única conservadora de instrumentos musicais do Met.
Susana licenciou-se na Escola Superior de Conservação e Restauro de Lisboa, mas prosseguiu os estudos nos Estados Unidos. Regressou à terra natal, Alcanena, em 2003, para abrir o Museu do Curtume, mas a sua verdadeira paixão é estar envolvida no restauro de instrumentos e, por isso, concorreu a uma vaga no Met.
“Tenho cerca de cinco mil instrumentos para cuidar, conto com a colaboração de especialistas nas mais variadas áreas, da conservação e da música. Este diálogo é essencial, numa área com materiais tão diversos e objetos em que nada está ao acaso”, refere.
[Notícia sugerida pela utilizadora Patrícia Guedes]