Uma jovem portuguesa desenvolveu um código que ajuda os cegos a "ver" as cores. O "Feelipa Color Code" tem como objetivo "permitir uma correta identificação das cores pelas pessoas com deficiência visual.
Uma jovem portuguesa desenvolveu um código que ajuda os cegos a “ver” as cores. Baseado na associação de uma forma geométrica a cada cor, o “Feelipa Color Code” tem como objetivo “permitir uma correta identificação das cores pelas pessoas com deficiência visual”, contribuindo para uma melhor compreensão do mundo que as rodeia.
A ideia, da responsabilidade da 'designer' Filipa Nogueira Pires, começou a constituir-se em 2009, quando a portuguesa deu início a uma investigação conduzida no âmbito do seu mestrado em Design de Produto na Universidade Técnica de Lisboa (UTL) e destinada a tornar a cor acessível ao maior número possível de pessoas.
Com o apoio do Centro Helen Keller – uma escola dedicada à integração de alunos com problemas visuais e outras necessidades educativas -, que lhe abriu portas a vários meses de contacto com crianças com deficiência visual, Filipa foi desenvolvendo, aperfeiçoando e validando o seu inovador código de cor.
“O código de cor Feelipa baseia-se na associação das formas geométricas (quadrado, triângulo e círculo) mundialmente reconhecidas às cores primárias: vermelho, amarelo e azul”, explica a responsável pelo projeto no site oficial do Feelipa Color Code.
© Feelipa Color Code
As cores secundárias – verde, laranja e roxo -, por seu lado, que resultam da fusão de duas cores primárias, “são conseguidas através da união directa das respetivas formas primárias que estão na base da sua formação, fazendo do código um sistema lógico”, esclarece a 'designer'.
Por terem caraterísticas diferentes, as cores preto, cinzento e branco “não são representadas por formas geométricas, mas sim por linhas com espessura suficiente para o reconhecimento táctil”: o preto é representado por três linhas, o cinzento por duas e o branco apenas por uma.
De acordo com Filipa Nogueira Pires (à direita), o sistema, “universal e de fácil memorização” que abrange um total de 24 diferentes, ambiciona “conferir maior autonomia às pessoas com deficiência visual”, para as quais “a cor adquire importância no momento em que estão inseridas numa sociedade toda ela pautada de cor” onde podem “sentir-se excluídas ou demasiado dependente de terceiros”.
Segundo a 'designer', que apresentou o projeto “Feelipa Color Code” numa conferência TED em 2013, o código de cores tem potencial para aplicação em múltiplos setores, desde o vestuário à medicina, passando pelos transportes ou pela alimentação.
“Através de um correto acesso às cores, o Feelipa pretende proporcionar uma melhor qualidade de vida, maior autonomia e valorização das capacidades das pessoas que apenas têm uma outra forma de ver o mundo”, realça a mentora.
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Notícia sugerida por Maria Pandina