Ao contrário do que se pensa, a surdez é reversível. É esta a conclusão de um estudo internacional, liderado por um português, que desvenda o processo da perda de audição e traz a esperança de um tratamento para a surdez.
Ao contrário do que se pensa, a surdez é reversível. É esta a conclusão de um estudo da Universidade de Yale, liderado por um investigador português, que desvenda o processo da perda de audição e traz a esperança de um tratamento para a surdez. O estudo foi publicado nas revistas “Cell”, “Nature” e “Science”.
Nuno Raimundo, bioquímico português de 35 anos que lidera a equipa de cientistas, explica à Lusa, que, na verdade, as células responsáveis pela audição “estão lá”, “não estão a funcionar bem” mas “não estão mortas”.
Assim, nos testes feitos em ratinhos, a equipa conseguiu “manipular duas proteínas fundamentais farmacologicamente”, dentro do ADN, e reativar estas células, diz o cientista.
Este estudo permitiu identificar várias moléculas importantes na surdez, entre as quais “Superóxido”, molécula que, ao ser removida, faz com que as células responsáveis pela audição não morram. Esta descoberta vem abrir “algumas janelas de possibilidade terapêutica. Pode vir a reduzir a incidência ou travar”, diz Nuno Raimundo, à Lusa.
Nuno Raimundo pretende continuar investigações neste âmbito de modo a “perceber exatamente quando algumas células [responsáveis pela audição] morrem, como morrem”, explica à Lusa.
Apesar desta descoberta, estima-se que a criação de um tratamento para a perda de audição demore 10 anos no mínimo, visto que “do momento em que se identifica uma proteína ligada a uma doença até se conseguir acertar com o medicamento certo, as quantidades, tudo exige tempo”, afirma Nuno Raimundo, à Lusa.
Nuno Raimundo está a estudar a surdez, em Yale, desde 2008. No futuro, pretende alargar a sua pesquisa a outras “doenças mitocondriais” e formar o seu próprio laboratório.
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[Notícia sugerida por Patrícia Guedes e Raquel Baêta]