Manuel Ferreira esteve à frente do maior estudo australiano sobre a genética da asma – o Australian Asthma Genetics Consortium – que reuniu os melhores especialistas do país.
O objetico era identificar os genes responsáveis pelo aumento do risco de desenvolver a doença, explica o site do Queensland Institute of Medical Research (QIMR), que liderou o estudo.
O primeiro passo foi comparar o ADN de milhares de pacientes com e sem asma. Depois de analisarem os resultados, os especialistas identificaram duas regiões no ADN dos doentes asmáticos, que se diferenciavam claramente das dos restantes.
“Uma está localizada no gene interleucina – 6 recetor (IL6R) no cromossoma 1, e a outra perto do gene GARP, no cromossoma 11”, explica Manuel Ferreira no estudo.
Medicamentos da artrite podem tratar a asma
A primeira chamou a atenção dos investigadores por ter um papel importante no sistema imunitário e estar associada a problemas como a artrite reumatoide.
O que isto significa é que os doentes asmáticos “produzem maior quantidade de interleucina – 6 recetor do que os não-asmáticos, o que contribui para as inflamações respiratórias”, explicam.
Se os medicamentos usados no caso da artrite reumatoide conseguem inibir a interleucina – 6 recetor, então o que este estudo concluiu foi que esses mesmos medicamentos podem ser usados para o tratamento de casos de asma.
Apesar de os resultados serem animadores, ainda é cedo para se afirmar que existe um novo tratamento para a doença respiratória que afeta milhares de pessoas em Portugal.
Clique aqui para consultar o estudo publicado na revista The Lancet.
[Notícia sugerida por Ana Guerreiro Pereira]