O português Tiago Fleming Outeiro lidera uma equipa internacional de cientistas responsável por uma descoberta que poderá abrir portas a possíveis novos tratamentos contra a patologia.
O português Tiago Fleming Outeiro lidera uma equipa internacional de cientistas que descobriu, recentemente, que duas proteínas associadas à doença de Parkinson interagem e reagem a mutações genéticas, o que poderá abrir portas a possíveis novos tratamentos contra a patologia.
Em causa estão as proteínas DJ-1 e alfa-sinuclenína, codificadas por genes cujas alterações estão na origem de formas familiares da doença de Parkinson, uma patologia degenerativa do sistema nervoso, que se manifesta por tremores, rigidez, instabilidade postural e alterações da marcha.
A Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson explica, no seu portal, que a patologia ocorre quando os neurónios (células nervosas) de uma determinada região do cérebro, chamada substância negra, morrem, sendo que, “quando surgem os primeiros sintomas, já há perda de 70% a 80% destas células”.
Em declarações à Lusa, Tiago Fleming Outeiro revela que o estudo desenvolvido pela sua equipa prova que “a interação entre as duas proteínas é importante: se houver alterações genéticas numa ou noutra proteína, a interação entre as duas é afetada, e isso contribui para problemas nas células que levam à sua morte”.
Os cientistas do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, da Universidade de Gotinga, na Alemanha, do Reino Unido e da Dinamarca, recorreram a técnicas de microscopia avançada, verificando que a interação entre a DJ-1 e a alfa-sinucleína “é afetada quando estão presentes mutações genéticas que estão associadas à doença de Parkinson”.
Para chegar a estas conclusões, publicadas na revista científica Cell Death and Disease, do grupo Nature, Tiago Fleming Outeiro e os colegas produziram estas alterações genéticas em laboratório, introduzindo-as nas proteínas de células humanas e de levedura (célula simples, que é fácil de manipular geneticamente).
Segundo o português, o próximo passo da equipa passará agora por “identificar drogas ou moléculas que interfiram com a interação” das proteínas “de forma benéfica” para fins terapêuticos.
Clique AQUI para aceder ao estudo completo (em inglês).