Classificando os idiomas como uma “sofisticada tecnologia humana”, os autores do estudo consideram que, conforme a sua complexidade, estas ferramentas são tão poderosas que “influenciam o desempenho das sociedades e dos indivíduos”, podendo até “condicionar escolhas económicas”.
O grupo da Universidade de Vermont (EUA) quis confirmar uma teoria desenvolvida, nos anos 60, pelos investigadores norte-americanos Boucher e Osgood. Apelidada de Pollyanna, esta hipótese defende que o ser humano, em particular na sua comunicação com o outro, recorre mais frequentemente a termos positivos do que negativos. Contudo, estes investigadores avaliaram palavras isoladas, pelo que os seus resultados foram considerados pouco conclusivos.
Desta vez, os investigadores analisaram 24 textos complexos e longos (retirados de jornais, livros, da internet e de outros suportes) que foram traduzidos para 10 línguas de origens e culturas distintas – inglês, espanhol, francês, português (do Brasil), coreano, russo, indonésio e árabe.
A equipa fez dois tipos de avaliação: por um lado definiu quais eram os vocábulos mais usados em cada língua, por outro fez uma avaliação da interpretação que os falantes faziam (positiva ou negativa) dessas mesmas palavras mais utilizadas.
Espanhol é o idioma com mais palavras positivas
Com base na interpretação que cerca de 5 milhões de participantes fizeram de 5 mil a 10 mil palavras em cada texto – numa pontuação que variava entre 01 (triste) e 09 (feliz) – os investigadores concluíram que a língua portuguesa é a segunda língua “mais feliz” do mundo. No primeiro lugar do pódio da “felicidade linguística” ficou o espanhol e a medalha de bronze foi para a língua inglesa.
Além deste ‘ranking’ das línguas que usam mais palavras positivas, os investigadores da Universidade de Vermont construíram uma ferramenta online e interativa que permite comparar textos literários (como os romances Moby Dick e Frankenstein) e avaliar a frequência com que cada autor utiliza vocábulos positivos ou negativos.
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