O paleontólogo português Octávio Mateus fez parte da descoberta de uma série de fósseis de baleia-de-bico, com mais de 15 milhões de anos, que confirmam a existência de quatro novas espécies deste mamífero marinho.
O paleontólogo português Octávio Mateus fez parte da descoberta, no fundo do Oceano, de uma série de fósseis de baleia-de-bico, com mais de 15 milhões de anos, que confirmam a existência de quatro novas espécies deste mamífero marinho.
Os achados – descobertos em diferentes locais da Galiza, Espanha e no norte e costa oeste de Portugal – contribuem para ajudar a compreender melhor a evolução deste mamífero marinho.
As espécies foram identificadas através de uma série de fósseis recolhidos no fundo do oceano, que têm entre 15 e 20 milhões de anos. O professor de Paleontologia da Universidade Nova de Lisboa explicou à agência Lusa que a descoberta feita “de uma só vez” vem mostrar que existe “uma diversidade maior” do que aquela que se conhecia até hoje.
“Estes novos achados destas espécies de baleias são um avanço para a ciência, porque ajudam a compreender melhor a evolução deste tipo de baleias, que existem atualmente, mas estas são espécies fósseis e, portanto, são antepassados das atuais”, explicou o cientista português.
As quatro novas espécies tinham semelhanças com os golfinhos e pertenciam a um grupo de baleias de pequeno porte, com comprimentos entre os 4 e os 13 metros. Octávio Mateus, investigador no Museu da Lourinhã, refere que estes mamíferos eram “muito raros” e que vivam em zonas “muito difíceis de localizar”, alimentando-se de lulas gigantes a quase três mil metros de profundidade.
A descoberta foi feita por uma equipa científica internacional, composta por cinco especialistas, liderados por Ismael Miján, da Sociedade Galega de História Natural de Ferrol de Espanha. O projeto arrancou em 2006, depois de um pescador da Corunha ter encontrado um fóssil de um crânio de baleia nas redes da sua embarcação.
“Verificámos pela anatomia que as novas baleias não encaixavam em nada conhecido, e portanto viemos a verificar que são novas espécies, algo que não era de todo conhecido, aumentando a diversidade desta família de baleias para a costa ibérica”, salientou o investigador português.
A equipa de cientistas contou com o trabalho de profissionais da Universidade de Pisa, do Museu Real de Ciências Naturais da Bélgica e do Museu de História Natural de Roterdão. Segundo a agência Lusa, este achado científico já mereceu aplausos da comunidade paleontológica internacional.
Segundo Octávio Mateus, a exposição da coleção destes novos fósseis está prevista para o Museu da Lourinhã. Também a agência de notícias espanhol Efe adiantou que a mostra poderá vir a estar patente no Museu de Natureza de Ferrol, em Espanha.