Artur tem 76 anos, com apenas o 2º ano concluído começou a trabalhar logo aos 13 anos num escritório. Acabou por voltar aos estudos, primeiro para fazer o secundário e, depois da reforma, para ingressar no Instituto Politécnico de Viana do Caste
Artur tem 76 anos, com apenas o 2º ano concluído começou a trabalhar logo aos 13 anos num escritório. Acabou por voltar aos estudos, primeiro para fazer o secundário e, depois da reforma, para ingressar no Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Agora, trocou a faculdade de Viana do Castelo por seis meses na Universidade Católica de Valência, em Espanha, ao abrigo do programa Erasmus, o programa de intercâmbio de jovens estudantes pela Europa.Depois de ser considerado como o caloiro mais velho do curso de Educação Social e Gerontológica do politécnico de Viana do Castelo, Artur Pimenta tornou-se, agora, no estudante Erasmus mais velho da Península Ibérica.
“Tudo normal”, garante, em conversa com o jornal DN, Artur Pimenta, que não esconde alguma surpresa sobre o seu impacto entre os espanhóis: “Fiquei admirado porque os alunos de fora foram chamados a uma apresentação e quando chegou a minha vez fui aplaudido de pé por todos.”
“Desde aí não pararam as entrevistas e já vieram cá as televisões espanholas. Virei uma estrela”, garante o septuagenário que divide o apartamento em Valência com outras cinco estudantes, todas com idades para serem suas netas.
“Há muito respeito. Sobretudo estamos aqui para nos ajudarmos uns aos outros. Veja lá que têm 22, 23 anos. A mais velha 27”, explica Artur Pimenta.
A nova rotina de Artur desde setembro, quando começou o semestre em Espanha, começa às 06h30. “Temos de estar na escola às 08.00 e vou de metro. São 18 km até chegar lá, porque nós estamos no centro da cidade velha”, explica.
Longe de casa, admite ter saudades de Viana do Castelo, onde regressará por altura do Natal para visitar a família. “Mas logo depois, nos primeiros dias de janeiro, tenho de regressar para o último mês de aulas e exames”, garantiu provando mais uma vez que a jovialidade não tem limite de idade.
Sobre a decisão que o levou a querer prosseguir com os estudos em vez de optar pelo descanso da reforma, Artur explica: “Agora, que vou eu fazer? Vou passar os dias no café? Como moro frente a uma escola secundária, via sempre os alunos a entrar e sair das aulas. E aquilo mexeu comigo. Fui estudar de novo”, justifica à Lusa.