Num comunicado de imprensa enviado ao Boas Notícias, Fernando Nunes, docente e investigador da Escola de Ciências da Vida e do Ambiente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), conta que esta ideia surgiu para preencher uma “necessidade de mercado”.
Bolo-rei com menos calorias
“Na procura de oferta de produtos mais saudáveis, fomos contatados pela empresa Douromel, que queria lançar no mercado um bolo-rei direcionado a consumidores com hábitos de vida mais saudáveis”, explica.
Perante o desafio, o investigador desenvolveu um “método para a produção de frutos e vegetais confitados e frutos e vegetais sem sacarose com utilização de substituintes da sacarose”.
“A Douromel queria apresentar um produto com as mesmas características em termos de sabor, aspeto e a mesma funcionalidade, mas com menos açúcar” e a confitagem com substitutos de açúcar surgiu como a solução, já que mantém “a mesma doçura com metade das calorias”.
O pedido de patente foi o passo seguinte já que se trata de uma “inovação com especial interesse para a confeção de doçaria tradicional”.
Mas estes frutos têm outras vantagens além da redução das calorias, já que nestes são integradas fibras dietéticas aumentando assim os benefícios para a saúde.
Outras aplicações estão já previstas como a produção de compotas, aproveitando as caldas destes frutos confitados.
Portugal primeiro produtor mundial de marron glacé ‘light’
Além do bolo-rei e de outro tipo de doçaria, Fernando Nunes e a Douromel estão a desenvolver um outro produto inédito a nível mundial: o marron glacé versão 'light'.
Este é um produto ‘gourmet’, feito a partir de castanhas, que é vendido por um preço muito elevado.
“Os italianos vêm comprar a castanha fresca em Portugal mas o processo – confitagem e glaciamento – é feito em Itália e em França”. O produto é depois exportado para o resto do mundo, incluindo Portugal, origem da matéria-prima”, explica o investigador.
Contudo, esta tendência poderá ser invertida, já que a versão ‘light’, sem açúcar, está a ser desenvolvida por Fernando Nunes e a produção será feita, também, pela Douromel.
Assim sendo, Portugal passa a produzir um produto desde a sua matéria-prima, a castanha, até à sua transformação.
Daqui sairá uma novidade “protegida por patente” para os mercados internacionais, sendo que “países como Japão, Estados Unidos, Norte da Europa e França, são grandes apreciadores e consumidores deste produto”.