Com recurso a um microscópio eletrónico de alta resolução (o JEOL ARM-200F double-corrected Transmission/Scanning Transmission Electron Microscope), os investigadores conseguiram obter imagens de alta qualidade de átomos individuais de ouro, facto que constitui um marco importante para a ciência com aplicações futuras em áreas como a nanotecnologia.
O trabalho realizado por esta equipa inspira-se nas observações realizadas em 1827 pelo cientista Robert Brown sobre partículas suspensas num fluído (que foram analisadas por Einstein num artigo sobre a teoria do movimento Browniano).
Segundo o comunicado publicado no site da universidade, as imagens foram obtidas através da transmissão de um minúsculo feixe de eletrões (com um diâmetro 1/800,000 vezes mais pequeno do que um fio de cabelo) que percorreu camadas de carbono com pequenas quantidades de átomos de ouro na superfície.
Deste modo, os átomos de ouro, que são mais densos que os átomos de carbono, defletem os eletrões formando estas imagens dos átomos que “aparecem em forma de pontos brilhantes, enquanto o carbono apresenta-se como um fundo preto”.
A imagem permite “perceber que os átomos de ouro formam aglomerados de átomos múltiplos, dímeros (dois átomos), ou aparecem como átomos individuais” e também registar o seu percurso.
A captação dos átomos deixou Paulo Ferreira mais próximo do seu objetivo de “documentar o movimento aleatório de um único átomo para compreender as leis de difusão (transporte de massa) na superfície, em função do tamanho do sistema, abrindo portas a uma grande variedade de aplicações”.
O investigador pretende, no futuro, fotografar o movimento de um átomo de cada vez a fim de mapear com mais rigor os seus movimentos, permitindo a previsão do comportamento destas partículas.
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