O secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, disse na quinta-feira que o Estado português vai criar uma espécie de Torre do Tombo da cinematografia para guardar o património da Tobis, classificado como Tesouro Nacional.
O secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, disse na quinta-feira que o Estado português vai criar uma espécie de Torre do Tombo da cinematografia para guardar o património da Tobis, classificado como Tesouro Nacional.
Francisco José Viegas adiantou à agência Lusa que todo o património fílmico vai ser transferido para o Arquivo Nacional de Imagens em Movimento (ANIM) da Cinemateca Portuguesa, para onde, de resto, já foi transferido algum material.
“Tal como existe uma Torre do Tombo para documentos escritos, existe neste momento também, na Cinemateca, no ANIM, uma espécie de Torre do Tombo para a cinematografia”, comparou.
O arquivo da Tobis ganhou o estatuto de “tesouro nacional”, uma classificação aprovada quarta-feira, pelo Governo português em Conselho de Ministros.
O secretário de Estado da Cultura explicou hoje, em Macedo de Cavaleiros, à margem de uma palestra sobre leitura, que, com esta classificação, o Estado português garante que “não pode sair de Portugal nem pode ser cedido sem autorização, aquilo que são os negativos ou a cópia síncrona de grande qualidade desses arquivos”.
Tobis: a mais antiga produtora cinematográfica
A Tobis, que era detida maioritariamente pelo Estado, é a mais antiga produtora cinematográfica em Portugal, datada de 1932, e foi vendida, a 23 de fevereiro, à Filmdrehtsich Unipessoal Lda, uma empresa de capitais maioritariamente angolanos, por um preço “na ordem dos quatro milhões de euros”.
O secretário de Estado explicitou hoje que a venda da Tobis implicou “fundamentalmente a venda do laboratório” digital, concretamente “as operações relacionadas com o laboratório e transcrição de filmes”, ficando nas mãos do Estado o edifício da empresa e um património fílmico.
[Notícia sugerida por Fernando Pereira e Patrícia Guedes]