Lagunilla, uma fêmea de lince ibérico com dois anos, foi mãe de pelo menos duas crias, em Mértola, sendo que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) acredita que haja mais uma cria.
Lagunilla, uma fêmea de lince ibérico com dois anos, foi mãe de pelo menos duas crias, em Mértola, sendo que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) acredita que haja mais uma cria.
Lagunilla é proveniente do Centro de Reprodução de Zarza da Granadilla, em Espanha, e foi libertada a 11 de maio de 2015 na Herdade das Romeiras, em Mértola, no Algarve, no âmbito do Programa LIFE+ Iberlince.
Já em 2016, a monitorização contínua dos animais através de fotografias indicou que esta fêmea tinha entrado em cio, sendo frequentemente detetada com o macho português. A gestação acabou por ser confirmada, através de vários vídeos, onde era notório o aumento da dimensão do seu abdómen.
Câmaras do ICNF registaram esta imagem de Lagunilla transportando um coelho bravo que caçou na herdade
O parto terá ocorrido entre 02 e 08 de Março deste ano e esta quinta-feira, dia 12 de Maio, os técnicos do ICNF conseguiram observar e fotografar duas crias que terão cerca de dois meses admitindo-se a existência de uma terceira, informa o ICNF num comunicado de imprensa enviado ao Boas Notícias.
O território onde habita a fêmea Lagunilla possui uma densidade de coelho bravo muito alta, condição importante para a estabilização das fêmeas de lince. Existem também inúmeras oliveiras centenárias que podem ser usadas como tocas onde as crias permanecem protegidas durante o período de amamentação.
Uma semana após a confirmação da primeira cria, filha de outra fêmea deste núcleo fundador de linces, a equipa de seguimento do ICNF conseguiu confirmar a existência da segunda ninhada e batizou uma das crias como “Nosso”.
Estas duas ocorrências constituem um dos mais relevantes marcos na já longa história da conservação do lince ibérico em Portugal, iniciada há mais 30 anos com a campanha da LPN “Salvemos o lince e a Serra da Malcata”.
A existência de fêmeas reprodutoras é o mais significativo indicador da saúde de uma população e um facto que sustenta o sucesso do processo de reintrodução iniciado em 2014.