Esta quarta-feira, nos hospitais portugueses, realizou-se o primeiro implante de micro dispositivos de monitorização cardíaca no país. Ao todo, cinco equipas médicas dedicaram-se à intervenção, implantando os primeiros monitores cardíacos miniaturiza
Esta quarta-feira, nos hospitais portugueses, realizou-se o primeiro implante de microdispositivos de monitorização cardíaca no país. Ao todo, cinco equipas médicas dedicaram-se à intervenção, implantando os primeiros monitores cardíacos miniaturizados em Portugal e dando, assim início a uma nova era do diagnóstico cardíaco.
A tarefa esteve a cargo do Centro Hospitalar Alto Ave (Hospital de Guimarães), o Centro Hospitalar do Porto (Hospital Geral de Santo António) e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que foram primeiras instituições a colocar este novo sistema de arritmias cardíacas.
O novo dispositivo é implantado debaixo da pele através de uma pequena incisão de menos de 1 cm no lado superior esquerdo do tórax, sendo praticamente impercetível a olho nu.
Com um tamanho 80% menor que os dispositivos atualmente disponíveis, o novo equipamento permite uma monitorização contínua durante três anos, sendo disponibilizado com um sistema de monitorização remota ('wireless'), que permite uma avaliação à distância do aparelho e o envio de notificações na presença de determinadas arritmias cardíacas.
Em comunicado enviado ao Boas Notícias, Katya Reis Santos, cardiologista e secretária-geral da Associação Portuguesa de Arritmologia, Pacing e Eletrofisiologia (APAPE), esclarece que “o novo dispositivo cardíaco está indicado nalguns doentes com sincope ('desmaio') ou palpitações, de modo a correlacionar os sintomas com a presença (ou ausência) de arritmias cardíacas, permitindo um diagnóstico mais preciso e um tratamento mais específico de eventuais alterações do ritmo cardíaco”.
A sincope consiste na perda de consciência, em resultado de uma diminuição da circulação sanguínea cerebral global e transitória. Caracteriza-se por um início súbito, curta duração e recuperação completa e espontânea. Existem, aliás, dois picos para a ocorrência do primeiro episódio: um primeiro em torno dos 15 anos e outro acima dos 65.
No caso dos indivíduos que atingem os 70 anos, as estatísticas apontam para uma prevalência de 42%, o que a torna responsável por 1% das idas às urgências hospitalares.
No caso das palpitações, estas são uma perceção incómoda do batimento cardíaco (demasiado rápido, demasiado forte ou irregular) e uma queixa muito frequente na prática clínica. Podem ser resultado de uma arritmia cardíaca ou traduzir um aumento da frequência cardíaca, em resposta a uma situação não cardíaca (por exemplo, ansiedade ou anemia).
Notícia sugerida por Elsa Fonseca