Foi inaugurado, na passada quarta-feira, o maior projeto nacional de cogeração agrícola. Agora reaproveitam-se os gases emitidos para a atmosfera, para continuar com a produção ao longo de todo o ano e, assim, diminuir as importações.
Foi inaugurado, na passada quarta-feira, o maior projeto nacional de cogeração agrícola. Em Torres Vedras, agora reaproveitam-se os gases emitidos para a atmosfera, para continuar com a produção ao longo de todo o ano e, assim, diminuir as importações.
“Se vamos produzir o dobro da produção em período de contraciclo, são 10 mil toneladas que não são importadas”, estimou Lino Santos, administrador da Primores do Oeste, em declarações à agência Lusa.
Feitas as contas, “significa uma poupança de custos na ordem de um milhão de euros em combustíveis, no transporte das mercadorias” para aquela que é um dos maiores produtores nacionais de hortícolas frescos.
O projeto implicou um investimento de 25 milhões de euros por parte da empresa de Torres Vedras na construção de 25 hectares de estufas e de 8,5 milhões da Galp Energia, que instalou uma central de gás natural e uma nova linha de alta tensão.
O objetivo é que a central de gás natural produza eletricidade para vender à rede. A queima de combustível para conversão do gás natural em eletricidade vai produzir gases que são reaproveitados para fins agrícolas, como, por exemplo, o dióxido de carbono.
Este composto é introduzido nas estufas de tomate e de pepino para influenciar no processo de fotossíntese das plantas.
O produtor explica que “não se trata de acelerar ou desacelerar a cultura, mas criar condições para que cresça “de forma regular sem oscilações atmosféricas”, através de sensores instalados nas estufas e controlo remoto informático, que permitem fazer as devidas compensações para que a maturação seja mais rápida.
“Vamos aumentar a nossa produção para o dobro, de 25kg/m2 para 50kg/m2 e prolongamos a produção por nove meses e meio” em vez dos habituais seis meses, estimando uma produção de 10 mil toneladas, correspondentes a um encaixe financeiro de 10 milhões de euros.
200 postos de trabalho
Desde que o projeto se encontra em funcionamento, a empresa está a exportar para a Rússia e Itália. Por isso mesmo, Lino Santos já perspetiva investir mais 25 milhões de euros em 2014 na ampliação do projeto, para a qual já tem aprovada a construção de mais 25 hectares de estufas e de uma nova central.
Caso isso venha a verificar-se, deverão ser criadas duas centenas de postos de trabalho e o concelho de Torres Vedras torna-se autossustentável em termos energéticos.
Para já, a empresa possui 150 hectares de horticultura e fatura por ano 20 milhões de euros. Em 2012, exportou 15% da produção mas, em 2013, Lino Santos quer atingir os 50%, sendo a Itália, Rússia, Polónia, França e Espanha os principais mercados.
Notícia sugerida por António Resende