No entender do especialista, estes valores resultam da atual legislação portuguesa que “é favorável” à doação, permitindo a Portugal estar no topo do 'ranking'.
A lei portuguesa, no que concerne à doação de órgãos, pressupõe que todos os cidadãos são dadores e quem não o quiser ser deverá inscrever-se no Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA), disponível em todos os centros de saúde.
No entanto, o nefrologista alerta que ainda há muitos doentes em lista de espera, “porque o número de doações não acompanha o número de doentes”. Morais Sarmento sublinha que o aumento de doações de órgãos em vida é a única maneira de Portugal conseguir reduzir as listas de espera de transplantes.
De acordo com dados da Sociedade Portuguesa de Transplantes (SPT), o ano passado realizaram-se 573 transplantes renais, graças ao número de doações. Este número contribuiu para a redução em 8,6% nas listas de espera.
Em Portugal realizou-se um total de 9.237 transplantes renais desde 1980, ano em que este tipo de transplantes começaram a ser feitos no nosso país. Já os transplantes cardíacos começaram a ser uma possibilidade em Portugal desde 1986, tendo já alcançado um total de 558 cirurgias.
O 3º Dia do Transplante, assinalado ontem, comemora os 42 anos da realização do primeiro transplante em Portugal. O dia em que o homem pisou, pela primeira vez, o solo da lua, foi também o dia em que realizou o primeiro transplante de rim no nosso país.
Esta é uma data que a SPT pretende institucionalizar como Dia Nacional do Transplante.