O fosso entre ricos e pobres em Portugal continua mais acentuado do que na maioria dos países desenvolvidos. No entanto, de acordo com o estudo “Divided We Stand: Why Inequality Keeps Rising”, realizado pela OCDE, Portugal é um dos 34 países analisados onde a desigualdade entre ricos e pobres mais diminuiu desde 1980.
Em Portugal, os mais pobres viram o seu rendimento aumentar 3,6%, um valor bastante acima da média (1,3%) e apenas ultrapassado pela Espanha. Do outro extremo da tabela, os mais ricos viram o seu rendimento aumentar apenas 1,1%.
Ou seja, houve uma diferença de 2,5 pontos percentuais entre o enriquecimento dos pobres e dos ricos, enquanto a média dos outros países registou um aumento da desigualdade na ordem dos 0,6 pontos percentuais.
Em termos de riqueza, isto significa que atualmente 20% dos portugueses mais ricos têm um rendimento 6,1 vezes superior aos rendimentos dos 20% mais pobres do país. Um valor ainda assim superior ao da média dos 34 países analisados pela OCDE, onde o fosso entre ricos e pobres é menos acentuado (5,5 vezes).
Educação e saúde diminuem hiato social
Ainda em relação a Portugal, o estudo indica que é um dos países onde serviços públicos como a educação e a saúde revelam maior capacidade de atenuar o hiato entre os mais pobres e os mais ricos, com reduções superiores a 35 por cento: dez pontos percentuais acima da média do resultado médio das políticas sociais na OCDE.
A tabela das desigualdades é liderada pelo México (onde os 20% mais ricos têm 13 vezes mais do que os 20% mais pobres), seguido de perto do Chile (12,8), Turquia (8,1), Estados Unidos e Israel, ambos com um rácio de 7,7.
O relatório destaca, também, o facto de o mesmo fenómeno ter atingido países tradicionalmente mais igualitários, como a Alemanha, a Dinamarca e a Suécia.
Clique AQUI para aceder ao relatório da OCDE.