Saúde

Portugal desenvolve colchão inteligente para acamados

O Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) apresentou, na semana passada, um "colchão inteligente" desenvolvido por portugueses que alerta os profissionais de saúde quando está na hora de mudar a posição de doentes acamados.
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O Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) apresentou, na semana passada, um “colchão inteligente” desenvolvido por portugueses que alerta os profissionais de saúde quando está na hora de mudar a posição de doentes acamados.

O equipamento, concebido por um consórcio português liderado pela Universidade da Beira Interior (UBI), esteve em testes durante meio-ano e é destinado a unidades de cuidados continuados e lares de idosos.

Um dos maiores riscos para a saúde de pessoas acamadas “é o aparecimento de úlceras de pressão” (feridas também conhecidas por “escaras”) provocadas pelo peso em determinadas partes do corpo quando não mudam de posição, explicou à Lusa, Miguel Castelo Branco, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB).

As úlceras “podem infetar e são muitas vezes causa de morte precoce nestes doentes”, destacou. De acordo com os dados recolhidos durante os testes, o colchão “será um avanço importante para prevenir” (estas úlceras), pois sempre que alguém esteja tempo demais na mesma posição, os sensores disparam alertas.

O aviso é enviado através de um emissor sem fios para um computador, que pode fazer piscar um ecrã, lançar sinais sonoros ou fazer tocar um telemóvel.

Para muitos, pode parecer uma coisa tirada de um filme de ficção, mas “é um projeto atual, desenvolvido na Beira Interior e que mostra que há capacidade tecnológica em Portugal que se traduz em benefícios para a população”, sublinhou Miguel Castelo Branco.

Consórcio português por detrás desta nova tecnologia

O colchão distingue-se dos colchões comuns devido a um tecido electrotêxtil inventado na UBI, feito de lã da Quinta de São Cosme, na Serra da Estrela, entrançada com fios de aço e recheada de minúsculos sensores que detetam movimentos.

“Parece um tecido como qualquer outro, com diferentes camadas, mas está ligado a um emissor” que envia os sinais para o sistema informático, explica Carla Mendes, operacional do projeto Medtex.

A processar os sinais está um programa criado pelo INOV, estrutura do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, que permite controlar os tempos de mudança de posição de vários utentes, bem como seguir o respetivo padrão de movimentos.

No ecrã do computador de controlo, uma mancha azul por cima de um retângulo (que corresponde ao colchão) vai mudando de intensidade à medida que a pessoa se mexe.

O consórcio promotor já foi contactado por empresas interessadas no projeto e “parece que tem futuro em diversos nichos de mercado”, não só pela inovação que incorpora, mas também por ter custos relativamente baixos, refere Carla Mendes.

Seja como for, até que o colchão inteligente se transforme em ideia de negócio “há ainda diversas características que podem ser melhoradas” antes de se avançar para a eventual produção em série.

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