Este desempenho coloca Portugal no topo da lista dos países com a taxa mais elevada de transplantes por milhão de habitantes, depois da Espanha.
“Conseguimos manter-nos na liderança do transplante do fígado e ultrapassámos a Espanha no transplante renal com dador cadáver, que é a forma ideal”, explicou ao Diário de Notícias a coordenadora nacional das unidades de colheita da Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação, Maria João Aguiar.
Com esta evolução, Portugal atingiu agora as 50 operações por milhão de habitante, ao passo que a Espanha se ficou pelas 44,8. A Noruega apresenta um resultado global melhor no transplante de rim, mas baseia-se sobretudo na dádiva de órgãos em vida, que deve ser o último recurso, já que depende da dádiva altruísta das pessoas.
Na colheita de orgãos por milhão de habitantes Portugal fica em segundo lugar logo depois de Espanha. Uma subida de 16% num ano, para os 31 dadores de órgãos por milhão de habitantes.
Bons resultados com recursos limitados
O esforço dos hospitais, que nomearam coordenadores da colheita de órgãos, permitiu ultrapassar muitas dificuldades que conduziam ao desperdício de órgãos, que continua no entanto a existir. Com isso, Portugal atinge o limiar da auto-suficiência em quase todas as áreas da transplantação, o grande objetivo para o País.
“Recentemente fui apresentar o caso de Portugal em Bruxelas. Fomos convidados pela União Europeia para explicar o nosso modelo. É o reconhecimento da nossa capacidade organizativa”, diz Maria João Aguiar.
Os transplantes de fígado caíram no ano passado para 24 por milhão, quando em 2008 estavam em 25,8. Apesar disso, o País continua a ser o maior transplantador.
Salvo esta exceção, houve melhorias em todas as áreas: o cardíaco subiu de 3,9 para 4,4 cirurgias por milhão, número ainda assim abaixo do necessário devido à escassez de órgãos.
Também nos pulmões houve melhorias: fizeram-se 11 transplantes em Santa Marta (mais 7). O transplante de pâncreas subiu de 1,34 para 1,9.