O azeite, um dos produtos portugueses mais apreciados tanto a nível nacional como no estrangeiro, é a razão de ser de um novo espaço museológico português que se prepara para abrir no distrito de Santarém.
O azeite, um dos produtos portugueses mais apreciados tanto a nível nacional como no estrangeiro, é a razão de ser de um novo espaço museológico português que se prepara para abrir no distrito de Santarém. O Museu do Azeite inaugura no próximo sábado, em Fátima, como resultado de um investimento da Cooperativa de Olivicultores local.
Em declarações à Lusa, Pedro Gil, membro da direção da Cooperativa, explicou que o museu, que custou cerca de 50 mil euros, vai estar “aberto todos os dias” e tem como estratégia “aproveitar os quatro, cinco milhões de turistas que, anualmente, visitam Fátima”.
Os responsáveis pela criação do museu mantiveram o primeiro lagar e o espaço original da Cooperativa dos Olivicultores de Fátima, fundada há cerca de 60 anos, tendo a intervenção no espaço (concluída há três anos, mas cuja abertura foi adiada por haver “outros projetos prioritários”) passado pela pintura, arranjo da cobertura e aquisição de mobiliário.
“Apresentámos um projeto ao PRODER [Programa de Desenvolvimento Rural] no qual, além da requalificação deste espaço, estavam incluídos outros equipamentos para a produção”, revelou Pedro Gil, que acrescentou que “o objetivo foi aproveitar os fundos para reformular a área da produção e para a promoção do produto”.
O museu vai dar a conhecer aos visitantes diversos equipamentos ligados à produção do azeite, desde o lagar onde era moída a azeitona, à batedeira que aquecia a massa da azeitona, passando pelas seiras, onde se coloca a massa da azeitona para espremer.
Quem por lá passar poderá também assistir a um pequeno filme que “mostra a azeitona desde o estado verde ao maduro, a apanha, a entrega no lagar, a limpeza e a transformação em azeite” e, à chegada, será recebido com uma passagem das Memórias da Irmã Lúcia: “quando não havia luar, dizíamos que a candeia de Nossa Senhora não tinha azeite”.
A instituição museológica inclui ainda “uma área de promoção dos produtos da cooperativa e de outros produtos rurais, como o mel, os queijos ou o vinho”, procurando impulsionar a economia local.
650 mil litros de azeite na última campanha
“A apanha da azeitona é uma atividade com muita tradição em Fátima e arredores”, salientou Pedro Gil, realçando que, quando a agricultura era o único meio de subsistência da região, a oliveira era uma das culturas mais importantes devido ao terreno calcário e ao clima e justificando, assim, a pertinência da criação de um museu dedicado ao azeite naquela cidade portuguesa.
De acordo com o dirigente, “em Fátima existiram mais de 10 lagares de azeite, mas todos fecharam, com exceção do da cooperativa, que se modernizou”, deixando-se agora “este espaço como memória de como foi produzido o azeite durante décadas”.
Com cerca de 900 associados, o equivalente à quase totalidade da região do Maciço Calcário Estremenho, a Cooperativa de Olivicultores de Fátima produziu, na última campanha, entre Outubro de 2012 e Fevereiro de 2013, “cinco milhões de quilos de azeitona que corresponderam a 650 mil litros de azeite”.
A cooperativa dá ainda destino aos subprodutos, nomeadamente ao bagaço e ao caroço: o primeiro é encaminhado para outras empresas, ao passo que o segundo é utilizado para aquecimento do lagar e vendido como biomassa.
O Museu do Azeite é inaugurado às 17.00h de sábado. A inauguração vai incluir uma mostra de produtos regionais, prevendo-se que, futuramente, o espaço, onde se pode degustar o azeite, venha também a ter uma área que ensine os visitantes acerca da sua importância na alimentação e na saúde.