O tradicional cheiro a bolachas que durante anos caracterizou a rua Entreparedes, no Porto, é substituído, a partir desta quarta feira, pelo som de acordes musicais. Dois sócios recuperaram a antiga fábrica de bolachas da Imperial e transformara
O tradicional cheiro a bolachas que durante anos caracterizou a rua Entreparedes, no Porto, é substituído, a partir desta quarta feira, pelo som de acordes musicais. Dois sócios recuperaram a antiga fábrica de bolachas da Imperial e transformaram-na num estúdio de música.Paulo Pinto andava à procura de espaços para construir um estúdio para trabalhar, quando encontrou um anúncio de um local na rua Entreparedes. Foi visitar o espaço sem expetativa mas acabou surpreendido.
“Encontrei um prédio centenário, um bocado maltratado por ter sido uma fábrica [a antiga fábrica de bolachas Imperial]. Mas achei logo que era o sítio ideal, porque tinha espaço para tudo o que eu queria e até para crescer aos poucos”, contou à agência Lusa.
Paulo Pinto e a sócia Fernanda Roxo recuperaram e adaptaram o espaço, sem qualquer apoio: “Chegámos a procurar apoios do centro de emprego e de programas do Estado e acabámos por desistir e pedir um empréstimo normal, porque queríamos acelerar o processo, que é muito burocrático e que pode ser um beco sem saída”.
O Estúdio Entreparedes inaugura esta quarta-feira e tem como objetivo único de abrir as suas portas “a qualquer pessoa, mesmo quem nunca tenha visto um estúdio de música”.
Até sábado, dia 11, qualquer candidato a músico pode tentar a sua sorte no estúdio, de forma gratuita. Depois, a partir de dia 12, vai funcionar à base de marcações feitas por email, telefone ou via site, como confirmou o seu proprietário: “Só abriremos a porta a quem vier cá para trabalhar”, frisou.
“Neste momento temos duas salas de ensaio completamente equipadas, que também podem ser usadas como estúdio de gravação. O funcionamento será esse: faz-se a marcação, de uma hora, duas, três, com alguma antecedência, e nós estamos cá sempre para receber as pessoas e para apoiar”, explica.
O modelo de “aluguer” do espaço é original, mas Paulo Pinto acredita que há lugar para ele. Para o produtor musical, o modelo dos estúdios normais, com renda mensal, “implica um investimento, uma dedicação e um compromisso que não é qualquer banda que está a começar que está disposta a ter”.
“Nós aqui temos tudo. Temos já salas prontas, com isolamento, bateria, amplificadores para guitarra, temos microfones, e sistema de som. Só têm que trazer guitarras e vozes, porque tudo o resto está pronto a funcionar”, concluiu.
Visite aqui o site do estúdio Entreparedes: http://estudioentreparedes.com/