Há cada vez mais pessoas a cultivar os seus próprios produtos: uma solução económica e que garante a qualidade dos alimentos. Em Ponte de Lima, as hortas urbanas estão a ter tanto sucesso que há já 36 lotes cultivados. O espaço está praticamente esgo
Há cada vez mais pessoas a cultivar os seus próprios produtos: uma solução económica e que garante a qualidade dos alimentos. Em Ponte de Lima, as hortas urbanas estão a ter tanto sucesso que há já 36 lotes cultivados. O espaço está praticamente esgotado, pelo que a autarquia já está a procurar mais terreno para ceder a quem quiser praticar agricultura biológica.A Câmara de Ponte de Lima criou, em inícios de novembro de 2009, o projeto “Hortas Urbanas”, distribuindo, pelos munícipes interessados, lotes de terreno para cultivo agrícola, na Veiga do Crasto, mesmo às portas da sede do concelho.
Cândida Esteves de 54 anos diz, com orgulho, à agência Lusa, que foi a primeira a tomar conta de um lote, passando desde então a dedicar “pelo menos” seis horas do seu dia à agricultura, apesar de debilitada do braço direito, fruto de um acidente de trabalho em França.
“Aqui, colhe-se de tudo”, sublinha outra agricultora Cristina, numa visita guiada às hortas. Fala nas beringelas, “que são boas para o colesterol e diabetes”, nos aipos, “que dão o sabor do sal mas que não contêm sal”, nas calêndulas, “que dizem que são as enfermeiras da horta” e nas couves, “das melhores que há para a ceia do natal”.
“Leio muito sobre plantas, e também ainda tenho na memória muitas coisas que a minha avó me ensinava”, explica. Morangos, cebolas, couves, malaguetas, rebentos, nabiças, ervilhas, flores, salsa, rosmaninho, hortelã, amoras, de tudo um pouco se colhe naquelas hortas.
“Mas sabe o que é que aqui se colhe também? Pedaços de paz e banhos de saúde”, confessa, com simplicidade, Cristina, garantindo que a taquicardia de que sofria diminuiu, o stress desapareceu e o colesterol está controlado.
É por isso que esta antiga cozinheira em França aceitou “de bom grado” ocupar-se de mais quatro lotes daquelas hortas, cujos proprietários “não têm tempo” para as lides agrícolas.
Entre os proprietários dos 36 lotes das hortas urbanas de Ponte de Lima conta-se um arquiteto, um agente da PSP ou um professor do ensino superior. Neste momento, apenas um lote está por atribuir.
Além do terreno, o Município disponibiliza também um ponto de água para a rega das culturas, um abrigo comum para armazenamento dos utensílios agrícolas e um espaço para compostagem ou colocação de estrumes. A autarquia fornece ainda informação sobre os modos de produção e práticas culturais ambientalmente corretas.
Saiba mais sobre este projeto aqui.