Ambiente

Poluição: Camada de ozono começa a recuperar

A camada de ozono, que protege a vida como a conhecemos das consequências severas da chegada à Terra dos raios ultravioletas, está a começar a mostrar os primeiros sinais de recuperação após vários anos de enfraquecimento.
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A camada de ozono, que protege a vida como a conhecemos das consequências severas da chegada à Terra dos raios ultravioletas, está a começar a mostrar os primeiros sinais de recuperação após vários anos de enfraquecimento, concluiu um estudo das Nações Unidas revelado esta quarta-feira.
 
De acordo com os especialistas envolvidos na elaboração do relatório, as conclusões evidenciam o sucesso da proibição da emissão de gases com efeito de estufa de origem antropogénica imposta em 1987 na redução dos dados causados à camada protetora do planeta, o que pode vir a prevenir milhões de casos de cancros de pele e de outras doenças.
 
O trabalho da responsabilidade da Organização Mundial de Metereologia (WMO, na sigla em inglês) e do programa ambiental das Nações Unidas mostrou que o buraco na camada de ozono tem parado de crescer anualmente, embora ainda possa ser necessária, no mínimo, uma década até que comece a encolher. 
 
“A ação internacional ao nível da camada do ozono é uma grande história de sucesso ambiental. [Estas conclusões] devem encorajar-nos a considerar com a mesma urgência e união o ataque a um desafio ainda maior, o das alterações climáticas”, afirma Michel Jarraud, secretário-geral da WMO, citado pela Reuters.
 
Segundo Geir Braathen, cientista da WMO, “pela primeira vez, este relatório dá sinais de um pequeno aumento na quantidade de ozono total, o que significa que a recuperação da camada de ozono acaba de começar”. “Acreditamos que por volta de 2025 já poderemos dizer, com certeza, que o buraco na camada de ozono está a diminuir”, antevê Braathen.
 
Os cientistas estimavam que a camada de ozono recuperasse e regressasse aos níveis de 1980 a meio deste século, ou um pouco mais tarde na Antártida, onde todos os anos fica mais e mais fina durante os meses de Agosto, Novembro e Dezembro, mas esta recuperação pode, afinal, começar mais cedo.
 
O tamanho do buraco de ozono altera-se todos os anos em virtude das modificações da temperatura na atmosfera superior, tendo atingido uma dimensão recorde em 2006, quando chegou aos 30 milhões de quilómetros quadrados de extensão. Atualmente, estende-se ao longo de cerca de 20 milhões de quilómetros quadrados (espaço suficiente para que a Lua passasse através dele), mas parece não ter aumentado recentemente. 
 
Segundo o relatório, a redução da utilização dos químicos que danificam a camada de ozono poderá, também, ser benéfica para o ambiente a nível de controlo das alterações climáticas. O documento alerta, porém, que o aumento de certos gases com efeito de estufa na atmosfera “tem potencial para destruir estes ganhos”. 

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