A “poeta”, como gosta de ser chamada porque a palavra poetisa não é com ela, viveu vários anos no Rio de Janeiro, uma cidade que lhe serviu de inspiração e onde conviveu com outros poetas e escritores.
Desses amigos, recorda, numa recente entrevista dada ao jornal ionline, que lhe perguntavam: “E você?”. Queriam saber quando seria a sua vez de editar um livro.
“Ironicamente” foi em Portugal que editou o primeiro livro e não no Brasil, embora nos poemas agora trazidos ao público não faltem expressões cariocas.
Além de poemas, Matilde constrói videopoemas (ver vídeo acima) que partilha nas redes sociais. Foi assim que o editor do seu novo livro entrou em contacto pela primeira vez com seu trabalho.
“Aquela coisa do vídeo e do som talvez se apanhe de outra forma. Não sabia se chegavam a ser poemas. Para mim, são histórias que ia contando. Lá estava meio escondido, mas foi aparecendo. Trabalhava com notícias e misturava as duas coisas. Usava aquele espaço para contar as coisas como queria”, revela Matilde na entrevista.
“Jóquei, o primeiro livro de poemas de Matilde Campilho, é um álbum de Verão. Um Verão de todas as estações, transatlântico, luso-brasileiro na topografia Rio-Lisboa, com um português em dupla nacionalidade e dupla grafia, coloquial e feliz, saudoso e complicado”, diz Pedro Mexia, crítico do jornal Expresso e coordenador das edições de poesia da editora Tinta da China.