Há 13 anos que praticamente não se viam estas flores. Mas graças ao trabalho de investigadores de Portugal e da Alemanha foram encontrados, este mês, vários exemplares de Não-me-esqueças, uma das plantas mais raras dos Açores e do mundo.
Há 13 anos que praticamente não se viam estas flores. Mas graças ao trabalho de investigadores de Portugal e da Alemanha foram encontrados, este mês, vários exemplares de Não-me-esqueças (Myosotis azorica), uma das plantas endémicas mais raras dos Açores e do mundo.
No início do mês de Agosto decorreram trabalhos de prospeção às falésias costeiras da Ilha do Corvo, arquipélago dos Açores, realizados pelos técnicos da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), Carlos Silva e Tânia Pipa, e pelo investigador da Universidade Técnica de Munique (Alemanha), Hanno Schaefer.
O resultado levou à redescoberta de vários exemplares de uma das plantas endémicas mais raras dos Açores e do mundo – a “Não-me-esqueças” (Myosotis azorica), que só pode ser encontrada nas ilhas das Flores e do Corvo. Desde 2001, apenas se tinham registado cinco exemplares , em 2012.
Peritos suspeitavam que planta estivesse extinta
A “Não-me-esqueças” foi descrita pela primeira vez pelo britânico H. C. Watson, decorria o ano 1842. No entanto, esta pequena planta, com uma flor de um intenso azul-marinho, só voltou a ser vista na ilha das Flores, em 2001, pelo investigador Hanno Schaefer, e na ilha do Corvo, onde, em 2012, foram detetadas apenas cinco plantas numa falésia que posteriormente ficou destruída por um movimento de terras, suspeitando-se que a espécie poderia estar perdida ou extinta.
“Os esforços destes quatro dias de expedição levaram à redescoberta da 'Não-me-esqueças', com uma população estimada em 50 plantas com flor e com produção de sementes, dando-nos a esperança que este tesouro único sobreviverá nas próximas gerações”, explica o técnico da SPEA, Carlos Silva, num comunicado de imprensa enviado ao Boas Notícias.
Equipa quer reproduzir planta em viveiro
Segundo o investigador Hanno Schafeer, “a grande ameaça para a sua sobrevivência, e para outras plantas e aves costeiras, é a elevada pressão de pastoreio de centenas de cabras e ovelhas selvagens que habitam as encostas do Corvo e onde se localizam as maiores falésias do Atlântico Norte”.
A “Não-me-esqueças” só está fora do alcance destes herbívoros nas falésias mais declivosas e inacessíveis, que são muito instáveis e colapsam, podendo levar ao desaparecimento desta rara planta.
A SPEA, em colaboração com o Parque Natural de Ilha do Corvo e a Universidade Técnica de Munique estão a unir esforços para definir o plano de ação para a espécie Myosotis azorica e esperam conseguir aumentar, por produção em viveiro, o número de indivíduos desta espécie extremamente ameaçada.
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