As estátuas representam dois nus de homens musculados em cima de uma pantera com uma expressão triunfante. As peças terão cerca de 500 anos e a sua autoria foi identificada graças a um detalhe de um desenho da época.
Durante décadas a autoria das obras permaneceu anonima mas agora uma equipa de peritos da Universidade de Cambridge e do Museu Fitzwilliam, também em Cambridge, acredita ter reunido as provas necessárias que confirmam Miguel Ângelo como o artista que esculpiu estas peças.
De acordo com informação avançada pelo gabinete de imprensa da universidade britânica, o artista realizou estas obras antes de embarcar na aventura de pintar o teto da capela sistina, em Roma. Se esta informação se confirmar, estas serão as duas únicas estátuas em bronze de Miguel Ângelo que chegaram aos nossos dias.
A primeira vez que estas peças foram registadas como sendo do mestre italiano foi quando foram adquiridas pela coleção de Adolphe Rothschild no século XIX. Mas uma vez que as peças não estão assinadas, nos últimos 120 anos a sua autoria tem sido sempre questionada.
A situação alterou-se no Verão passado quando o professor Paul Joannides, da Universidade de Cambridge, associou as estátuas ao desenho de um aprendiz de Miguel Ângelo que pertence ao Museu Fabre, em Montpellier (França).
Aquele conjunto de estudos foi desenhado em 1508 por um aluno do mestre e recria uma série de rascunhos do Miguel ângelo. Numa das folhas é possível observar um guerreiro em cima de uma pantera, numa composição muito semelhante à das estátuas agora analisadas.
Depois da comparação entre os desenhos e as estátuas, os peritos decidiam aprofundas a investigação, comparando estas esculturas com outras trabalho do artista. As semelhanças em termos de traço e estilo confirmaram as suspeitas dos investigadores que vão divulgar a informação, publicamente, numa conferência internacional prevista para Julho de 2015.
Neste momento, tanto as duas estátuas de bronze como as provas que sustentam a sua autoria estão em exibição no Museu de Fitzwilliam (Cambridge), numa mostra de entrada livre que termina em Agosto de 2015.
Embora Miguel Ângelo trabalhasse mais em pedra sabe-se que o artista realizou várias peças em bronze, entre elas uma estátua de David em tamanho quase real que desapareceu durante a Revolução Francesa.
Notícia sugerida por Maria Nova