A maior fábrica de conservas do país, a ESIP de Peniche, vai criar mais 100 postos de trabalho até 2015. O anúncio foi feito esta quarta-feira durante a assinatura de um acordo assinado com a Docapesca para ampliação das instalações da empresa, avança a agência Lusa.
Durante a assinatura do acordo entre as duas entidades e a Câmara de Peniche, Ricardo Luzio, diretor da conserveira, afirmou que “a fábrica se compromete a, até 2015, contratar mais 100 trabalhadores e a fazer investimentos”, condições impostas em troca da cedência do interposto frigorífico da Docapesca, já desativado e contíguo às suas instalações.
A ESIP (European Seafood Investments Portugal) vai investir 1,3 milhões de euros em obras de adaptação do espaço e de melhoria ambiental, com a ampliação da estação de tratamento de águas residuais e da implementação de sistema de tratamento de odores provocados, reduzindo os impactos negativos provocados, nomeadamente maus cheiros detetados à entrada da cidade.
O acordo prevê que, por ano, sejam investidos 500 mil euros na fábrica, além da renda anual de 15 mil euros pagos à Docapesca.
O responsável explicou que o antigo interposto frigorífico, cedido por 20 anos, “aumenta as condições de armazenamento e de congelação”, ao ter capacidade para receber mais duas mil toneladas de pescado, o que permite diversificar as atividades da indústria, garantindo assim uma maior sustentabilidade e competitividade à escala mundial no mercado das indústrias conserveiras.
A diversidade de produtos fabricados tem vindo a aumentar a rentabilidade da indústria, o que se tem traduzido no aumento da faturação e na criação de novos postos de trabalho: passaram de 200 em 2007 para 400 este ano, além dos temporários, que oscilam entre os 100 e os 400. Nesta altura do ano, a fábrica chega a ter 800 trabalhadores.
Com as novas instalações, a fábrica passará a abastecer-se de menores quantidades de pescado noutros portos do país, reduzindo assim custos de transporte.
A ESIP, atualmente detida por capitais tailandeses do maior grupo mundial conserveiro, fechou o ano passado com um volume de negócios de 60 milhões de euros e deverá faturar este ano mais 10 milhões de euros.
Na cerimónia, presidida pelo secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, o presidente da câmara, António José Correia (CDU), sublinhou a importância do acordo, ao melhorar a empregabilidade, numa altura em que a taxa de desemprego no concelho duplicou por comparação a 2005.