Um grupo de cientistas asiáticos afirma ter desenvolvido, pela primeira vez no mundo, um composto com potencial para tratar o cancro da pele após ter descoberto que injeções de ródio podem inibir o desenvolvimento da doença.
Um grupo de cientistas asiáticos afirma ter desenvolvido, pela primeira vez no mundo, um composto com potencial para tratar o cancro da pele após ter descoberto, através de experiências laboratoriais, que injeções de ródio (um elemento químico pertencente à classe dos metais) podem inibir o desenvolvimento da doença.
Em comunicado, os investigadores da Universidade Baptista de Hong Kong, da Universidade de Macau e da Universidade Médica de Kaohsiung, no Taiwan, explicam que o componente é capaz de travar a ação da proteína STAT3, associada ao aparecimento de múltiplos tipos de cancro em humanos, entre os quais o cancro cutâneo.
Durante um estudo agora publicado na edição internacional da revista científica Angewandte Chemie, o coordenador da investigação, Edmond Ma Dik-lung, e os seus colegas, compreenderam que o bloqueio da atividade desta proteína através do ródio pode ser uma solução eficaz no combate ao problema oncológico.
Os cientistas conseguiram bloquear esta atividade nas células vivas de ratinhos com melanoma, o tipo mais agressivo e perigoso de cancro da pele para os humanos, por meio de um tratamento com ródio (III), o que conduziu à redução do tamanho e peso dos tumores e diminuiu a formação de novos vasos sanguíneos em redor dos mesmos.
Ao fim de 35 dias de experiências, verificou a equipa, os tumores tratados apresentavam-se, em média, 60% mais leves e menores do que os do grupo de controlo (cujos ratinhos também tinham a doença mas não receberam qualquer tratamento).
“Este estudo é importante porque mostra que, inibindo a atividade da STAT3 nas células, é possível que possa ser desenvolvido um tratamento eficaz para o melanoma. Além disso, a nossa equipa é a primeira no mundo a utilizar um composto com ródio (III) para inibir esta proteína diretamente”, afirma Ma Dik-lung.
Segundo o investigador, os resultados obtidos “demonstram a eficácia do ródio (III) contra o melanoma em modelos animais” e “são uma pedra fulcral no caminho para o desenvolvimento de um composto anticancerígena para potencial uso humano”.