É um negócio familiar, que passa de geração em geração, dominado sobretudo pela pequenas medias empresas. Os dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) mais recentes referem-se a 2009 e contabilizam 624 empresas de extração de rocha ornamental e 2095 empresas que fazem a transformação.
Apesar da pequena dimensão da maior parte das empresas, a atividade do setor é dinâmica e tem assinalado um crescimento nos últimos anos, sobretudo ao nível das exportações onde se registou um aumento de 5 milhões de euros, num total de quase 302 milhões de euros exportados (301.854.580 euros), de acordo com o INE.
Embora o mercado europeu assinale perdas, nos mercados emergentes a pedra portuguesa continua a conquistar adeptos, com países como Singapura e o Brasil a registar, em 2011, um aumento de importações de pedra nacional acima dos 50 por cento (relativamente a 2010).
Marrocos lidera esta corrida tendo importado quase 4.300 milhões de euros de pedra lusa: um aumento de 194 por cento face ao ano anterior. Mas o recordista de importações é a China, com 52.500 milhões de euros de pedra portuguesa importada em 2011. Em termos globais, a pedra portuguesa representa 0,7% do total de exportações do país.
Uma fonte da Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins (Assimagra) explica ao Boas Notícias que o protagonismo deste produto português resulta, sobretudo, da sua qualidade mas também da sua beleza estética.
“O mármore português, por exemplo, não precisa de colas e resinas na sua aplicação” e “o nosso calcário que é muito procurado por causa das cores claras e homogéneas”, sublinha a Associação.
Produtos portugueses são conhecidos e gozam de prestígio
Para reforçar o crescimento no mercado externo, a Assimagra tem apostado na participação em feiras internacionais, principalmente na China, no Brasil, em Itália e na Turquia. Este ano, as empresas do setor estiveram pela primeira vez na Índia, na feira Stona 2012, uma das maiores à escala mundial.
Estas feiras “são o principal instrumento de marketing e de comunicação das empresas do setor pelo que a Assimagra organiza anualmente missões empresariais a estes países”, explica a fonte da associação. Também Portugal tem o seu próprio evento dedicado ao mercado, o Global Stone Congress que este ano, na 4ª edição, se vai realizar em Borba, Alentejo, entre 16 e 20 de Julho.
A Assimagra sublinha que a participação de Portugal nestes eventos internacionais tem sido “muito positiva”. “Os produtos portugueses são já conhecidos e gozam de prestígio pela sua qualidade”, salienta a mesma fonte, acrescentando que “as deslocações a estas feiras têm redundado na formalização de negócios e contratos de exportação”.
Apesar do crescimento deste mercado, a Assimagra defende que mais poderia ser feito, sobretudo da parte das entidades governamentais, para dinamizar o setor. A agilização no licenciamento das pedreiras, uma melhor compatibilização com os Planos Diretores Municipais (PDMs), a negociação de taxas aduaneiras mais competitivas e a redução do preço do gasóleo são algumas das medidas que a associação considera prioritárias.
Para assinalar o protagonismo deste setor, a Assimagra está a preparar um livro que reúne as principais obras internacionais onde a utilização de pedra portuguesa desempenhou um papel principal e onde constam exemplos como o palácio de Versalhes (França), o Ground Zero (Nova Iorque) ou o edifício do Banco Mundial no Qatar.