Um total de 113 crianças haitianas partiu de Port-au-Prince, capital do Haiti, juntamente com as famílias francesas que as adotaram e que viajaram a bordo de um avião fretado pelo governo francês para as trazer para uma nova vida.
À chegada ao aeroporto francês Charles de Gaulle as crianças foram examinadas por um dispositivo médico como medida de precaução devido à epidemia de cólera que assola o país e que já vitimou mais de 2.500 pessoas.
“Venho buscar o meu filho de 10 anos e estou muito emocionado”, confessou um dos novos familiares destas crianças cujo processo de adoção ficou interrompido devido ao terramoto de 12 de janeiro que assolou o país.
Um segundo voo está previsto para quinta-feira para completar a operação que levará ao todo 318 crianças haitianas para França e que viajarão com uma autorização consular de caráter excecional, já que é impossível obter um passaporte no Haiti por motivos logísticos.
As crianças já conheciam os pais adotivos que ficaram, muitos deles, extremamente emocionados quando foram reconhecidos pelos filhos por quem esperavam já há muito.
“Houve momentos muito emocionantes, a maioria das crianças esperavam os pais [adotivos] e lançaram-se nos seus braços assim que os viram”, conforme relatou à AFP o embaixador da França no Haiti, Didier Le Bret, ainda a bordo do avião.
“É um alívio. Muitas destas familias esperaram quase um ano depois do terramoto e muitas já nem acreditavam que pudesse acontecer”, acrescentou o mesmo responsável que realça ainda o “respeito e paciência” demonstrado por estas famílias.
Ao todo mil crianças estavam em processo de adoção antes do sismo, cerca de 700 já se reuniram com as famílias.