A menos de um ano do campeonato do mundo de futebol, Nicolelis, que há quase duas décadas estuda os sinais cerebrais e tenta desenvolver um sistema que poderá ajudar, por exemplo, um paraplégico a voltar a andar, falou aos jornalistas numa conferência de imprensa no Rio de Janeiro.
O neurocientista, citado pela UOL, afirmou que, apesar de alguns atrasos iniciais, os primeiros exoesqueletos – esqueletos mecânicos que o cérebro é capaz de controlar – devem estarprontos para testes já em Dezembro. “Em Setembro, teremos a primeira versão mecânica dos esqueletos. Em Dezembro, vamos entregar os primeiros exoesqueletos para testes no Brasil”, desvendou.
Segundo Nicolelis, que trabalha com o Duke Center for Neuroengineering da Universidade de Duke, nos EUA, os exoesqueletos são estruturas metálicas, em forma de membros humanos, que podem ser “acopladas” ao corpo de uma pessoa com deficiência motora que, por meio de sinais cerebrais, consegue comandar o seu movimento. Assim, consegue mover braços ou pernas que não era capaz de controlar.
Vários testes com macacos já compravaram que os princípios do exoesqueleto funcionam e, agora, o especialista e a sua equipa (composta por mais de 100 cientistas, não apenas do Brasil, mas também da Alemanha, Suíça e EUA) estão a lutar contra o tempo para conseguir fazer com que um indivíduo paralisado mova as pernas com a ajuda dos equipamentos até ao Mundial.
Primeiros testes vão ser feitos com 10 brasileiros
“Queremos que isso aconteça no dia da abertura do Mundial para mostrar ao mundo que o Brasil também é um país da ciência e da tecnologia. Trabalhamos para que tudo esteja pronto e para que uma pessoa com eficiência possa levantar-se, caminhar até ao meio do relvado e dar o pontapé inicial do torneio”, acrescentou o investigador.
Os primeiros testes do exoesqueleto vão decorrer com 10 brasileiros, que começarão, já este mês, a ser treinadas em São Paulo para poderem usar os equipamentos no fim deste ano.
De acordo com Nicolelis, considerando a complexidade do projeto “Walk Again”, é impossível garantir que tudo vá estar pronto para ser apresentado no dia da inauguração da competição. Porém, o grupo está empenhado em fazer todos os possíveis para que tal aconteça. “Quando decidimos fazer algo de verdade, não podemos pensar que não vai funcionar. Tem de funcionar”, concluiu.
Clique AQUI para aceder ao site oficial do projeto “Walk Again”, onde poderá saber mais sobre o trabalho dos investigadores (em inglês).
Notícia sugerida por Vítor Fernandes e Carla Neves