Joe Kals, paraplégico há três décadas, está a percorrer França a pé, com a ajuda de muletas, para alertar para a procura de uma solução para lesões na espinal medula.
Joe Kals, paraplégico há três décadas, está a percorrer França a pé, com a ajuda de muletas e utilizando apenas a força dos braços e do tronco, com um objetivo: mobilizar a sociedade para a procura de uma solução médica para lesões na espinal medula.
Em declarações à BBC Brasil, Kals, que ficou totalmente paralisado depois de um acidente de mota em 1982, explicou o objetivo desta decisão. “Quero sensibilizar as pessoas em relação a um problema que é mundial”, afirmou.
“Não quero provar nada a ninguém com esta caminhada. Desejo apenas que haja uma tomada de consciência e uma mobilização para encontrar uma solução para este problema”, acrescentou este aventureiro.
O francês deu início ao percurso em Agosto de 2011, quando deixou a cidade de Havre, no noroeste do país. Entre o fim de Fevereiro e meados de Março, Kals espera conseguir chegar a Menton, perto da fronteira com a Itália.
Este domingo, cumpriu os primeiros mil quilómetros. Para levar a cabo esta tarefa, Kals tem utilizado talas que deixam as suas pernas rígidas, adianta a BBC Brasil. Assim, apoiado em muletas, ele “anda” balançando as pernas para a frente.
A preparação para a maratona demorou cinco anos e foi atrasada por problemas médicos e uma cirurgia em 2010, mas nem os obstáculos fizeram Joe Kals baixar os braços. Agora próximo de Marselha, explicou que caminha em média dez quilómetros por dia durante quatro dias e, depois, descansa por 24 horas.
Kals quer dar um novo impulso às investigações médicas
“Quando sofri o acidente e fiquei paraplégico, os médicos diziam-me que soluções para as lesões na espinal medula estavam muito perto de ser encontradas. Mas, 30 anos depois, continuam a dizer o mesmo”, revelou, com alguma frustração.
Em consequência desta realidade, Joe Kals quer dar um impulso para que haja avanços. “Gostaria que, no futuro, o mais próximo possível, as pessoas não tivessem mais sequelas de lesões medulares e pudessem viver com dignidade”, admitiu.
Apesar do frio rigoroso, com temperaturas negativas, e das várias dificuldades causadas pelo esforço físico, Kals promete que vai continuar e que esta experiência, após dezenas de anos numa cadeira de rodas, é uma novidade constante.
“Cada passo que dou é único, não irei repeti-lo no futuro. Então, aproveito cada instante, cada paisagem, cada encontro. Sinto-me livre”, concluiu.
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