por Paulo Nogueira
Já imaginou um papel que não precisa de água, nem de árvores, nem de cloro, nem de produtos químicos para a sua elaboração. Sim, ele existe e chama-se “Papel de Pedra”, um produto fabricado pela empresa EmanaGreen S.L., que opera a logística e o desenvolvimento deste projeto a partir da sua sede em Barcelona.
Dedicados ao forte compromisso para com a sustentabilidade e o respeito pelo ambiente, a EmanaGreen, apresenta aos seus clientes “um produto diferenciador, com caraterísticas distintas e reconhecimento notável, garantindo sempre o cumprimento de valores fortemente ecológicos sem condicionar a adequação do produto aos seus pressupostos”, explica Joan Ricart CEO da empresa.
Quando Joan Ricart e Ignacio Schmidt, fundadores da empresa, se deixaram inspirar por um trabalho feito na School of Visual Art of New York em papel mineral com uma forte condição ecológica e de elevada resistência, contactaram o inventor, produtor e proprietário da patente da ideia e assim surgiu a EmanaGreen.
Segundo a marca o Papel de Pedra trata-se de uma combinação de Carbonato de Cálcio (80%), um dos minerais mais abundantes na terra, que provem maioritariamente de pedreiras de pedras calcárias, tais como o mármore e o gesso, que são moídos até se transformarem num pó muito fino, e de uma pequena quantidade de resinas não-tóxicas de Polietileno (20%) que age como ligante “desta simbiose de materiais resulta um produto de textura suave que resiste fortemente, tanto à água como às roturas.”
O seu processo de fabrico mundialmente patenteado consiste na “extrusão vertical de um pellet feito de Carbonato de Cálcio e uma pequena parte de PE. Não é necessário usar água nem nenhum produto químico para o seu fabrico, que também não implica o uso de cloro ou ácidos fortes”, o que faz com que a sua produção necessite de “cerca de menos 50% de energia em relação ao papel tradicional”, clarifica a empresa.
Um papel inovador, elaborado pelo conglomerado do Tawain TLM, e reconhecido na versão categoria prata, por uma das certificações ecológica mais rigorosas que existem e que premeia os produtos concebidos e desenhados de forma ecologicamente inteligente, a “Cradle to Creadle”, este projeto cumpre os três “Rs” preconizados por esta certificação: Reduzir (energia, água e madeira), Reutilizar (recuperação da totalidade para um novo fabrico) e Reciclar (facilmente reciclável).
No que diz respeito à impressão este produto pode ser considerado como um papel tradicional, não sendo necessária a utilização de tintas especiais. É recomendado para “impressões em offset convencional, offset waterless, serigrafia, flexografia, rotogravura, HP Indigo aplicando previamente um primário e em impressoras digitais que trabalhem a baixa temperatura com tintas sólidas de cera como a Phaser e a ColorQube da Xerox.”
Papel limpo
Para além de consumir “50% menos de CO2 durante o processo de produção (incluindo as emissões de metano)” este papel “é biodegradável e decompõe-se até se transformar em pó de pedra se lhe for proporcionada uma boa dose de humidade e de luz UV ou luz do sol”, sendo igualmente amigo do ambiente mesmo se for incinerado, pois não acarreta qualquer risco, “não emitirá fumo, nem gás tóxico, o que o torna um papel limpo.”
A par de todas estas vantagens ecológicas, o Papel de Pedra é “naturalmente impermeável, resistente e também anti gordura” evitando assim a criação de fungos sendo, um fator ideal para sua aplicação em produtos como por exemplo: “em etiquetas de vinho que ficam como novas, sem rugas nem manchas de humidade; em sacos de papel com um toque muito sedoso ou aveludado, além de impermeáveis; em embalagens de sabonete que são naturalmente anti fungos ou em mapas que são resistentes à rotura e impermeáveis”. Mas são também eficazes para o fabrico de “cartazes, cartões e estojos desdobráveis, livros, catálogos, revistas, anúncios, folhetos, postais, convites, cartões de visita, envelopes, papel de embrulho para presentes, toalhas, ementas, bases para copos, calendários, pulseiras de entradas, blocos de notas, vasos para flores, entre outros” produtos.
No ano de 2017, a marca superou os 750.000€, mais de 35% em relação a 2016, e prevê para 2018 um ritmo de crescimento semelhante, fruto do “plano estratégico assente no desenvolvimento de novas aplicações e na captação de novos clientes.” Para o mercado Português a EmanaGreen tem como ambição de criar, em breve, uma sucursal.
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