Nos últimos anos os painéis poliméricos têm sido investigados como alternativas de baixo custo aos painéis solares de silicone. Mas os painéis poliméricos requerem fulereno, uma forma de carbono conhecida pela sua versatilidade, para separar condutores de carga. Por sua vez, os fulerenos apresentam um problema: são instáveis sob iluminação e formam cristais de grande dimensão quando expostos a temperaturas elevadas.
Ou seja, simplificando, os painéis poliméricos são mais baratos, leves e fáceis de fabricar, mas são mais falíveis. Com este trabalho, os investigadores focaram-se em criar células solares sem fulerenos instáveis. A solução encontrada consistiu em combinar um polímero chamado PBDB-T com uma pequena molécula chamada ITIC.
Através desta combinação a energia solar é convertida com uma eficiência de 11%, um valor idêntico e até superior ao da maioria dos painéis solares com fulerenos. Com isto, os investigadores bateram um novo recorde mundial para painéis solares poliméricos sem fulereno.
"Demonstrámos que é possível obter elevada eficiência sem usarmos fulerenos, e que estes painéis são altamente estáveis sob aquecimento", diz Feng Gao, físico do Departamento de Física, Química e Biologia da Universidade de Linköping.
"A combinação de elevada eficiência e boa estabilidade térmica indica que os painéis poliméricos solares, que podem ser fabricados facilmente através de tecnologia de impressão de rolos, de baixo custo, estão perto da comercialização em massa", acrescenta.
Os resultados foram apresentados no jornal "Advanced Materials".