Um "pacemaker" cerebral poderá ser, no futuro, a solução para tratar a doença de Alzheimer. Um grupo de investigadores norte-americanos acaba de implantar, pela primeira vez, um destes dispositivos no cérebro de uma paciente.
Um “pacemaker” cerebral poderá ser, no futuro, a solução para tratar a doença de Alzheimer. Um grupo de investigadores norte-americanos acaba de implantar, pela primeira vez, um destes dispositivos no cérebro de Kathy Sanford, uma das 10 pacientes que integram um estudo levado a cabo pelo Ohio State's Wexner Medical Center, nos EUA.
A cirurgia aconteceu no passado mês de Outubro e, de acordo com o portal Science Daily, insere-se numa investigação ampla cujo objetivo é compreender se um “pacemaker” cerebral é capaz de melhorar a função cognitiva e comportamental em pacientes com esta patologia.
O estudo vai testar a estimulação cerebral profunda (DBS, na sigla em inglês), a mesma tecnologia utilizada para tratar, em muitos casos com sucesso, problemas como a doença de Parkinson. Ao longo do processo, que deverá estar finalizado em 2015, os cientistas pretendem compreender se a implantação do “pacemaker” conseguirá melhorar as funções desempenhadas pelo lobo frontal
Ali Rezai, neurocirurgião e um dos especialistas envolvidos no programa, esclarece que um implante deste género é semelhante a um “pacemaker” cardíaco, sendo a única diferença o facto de atuar no cérebro e não no coração.
Resultados têm sido “encorajadores”
“Basicamente, os 'pacemakers' enviam pequenos sinais até ao cérebro que regulam a atividade anormal daquele órgão”, explica Rezai, citado pelo Sciende Daily. “Pelo que estamos a ver na nossa primeira paciente, os resultados são encorajadores, mas é preciso compreender que se trata de investigação e que é preciso investigar mais”, acrescentou.
No entanto, segundo o especialista, “se as descobertas preliminares que estão a ser observadas se mantiverem sólidas como até aqui e se existirem melhorias progressivas, isso será muito promissor e encorajador [para a equipa]”.
Kathy Sanford, a primeira norte-americana a testar o dispositivo, contou que se ofereceu para participar nos testes para “tentar ajudar a tornar o mundo um lugar melhor” depois de se ter debatido com a angústia provocada pela doença. Para o pai da voluntária, Joe Jester, “a investigação está a trazer esperança” e tem sido um prazer testemunhar os progressos feitos pela filha.
A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência a nível mundial – só nos EUA, afeta 5,5 milhões de pessoas. A patologia, que não tem cura e é difícil de controlar, carateriza-se pela perda gradual da memória e das capacidades cognitivas e pela consequente perda de autonomia.