Segundo o comunicado da universidade, existem duas reservas de ouro e metais preciosos no nosso planeta. Uma surgiu aquando da formação da Terra. Nessa altura, o ferro foi atraído para o centro do planeta e levou com ele metais como o ouro e a platina.
Devido a esse fenómeno, no interior do nosso planeta “há metais preciosos em quantidade suficiente para cobrir toda a superfície da Terra com uma camada de quatro metros de espessura”, explica o comunicado.
A outra, aquela a que temos acesso com explorações mineiras, chegou à Terra muito tempo depois, cerca de 200 milhões de anos, através de um enorme chuva de meteoritos.
Rochas da Gronelândia são prova fundamental
Para confirmar esta teoria, os investigadores, Dr Matthias Willbold and Professor Tim Elliott, da Escola de Ciências da Terra, analisaram rochas da Gronelândia, que se estima terem quatro mil milhões de anos.
“Estas rochas ancestrais providenciam uma janela única para a composição do nosso planeta, logo após a formação do núcleo, mas antes do suposto bombardeamento de meteoritos”, conta-nos o estudo publicado na revista Nature.
Nas rochas, os investigadores analisaram um elemento químico, o tungsténio isotópico, que funciona como uma “impressão digital” da Terra. Isto ajudou os investigadores, já que qualquer material que tenha caído posteriormente sobre o isótopo deixaria uma marca.
Comparando as diferenças entre este elemento presente nas rochas antigas e nas rochas modernas, Willbold pôde comprovar que o excesso de ouro na Terra foi mesmo consequência de uma queda de meteoritos.
O investigador acredita assim que “a maior parte dos metais preciosos nos quais se baseiam as nossas economias, e muitos dos principais processos industriais foram acrescentados ao nosso planeta por uma feliz coincidência”.
[Notícia sugerida por Vítor Caixeiro]