A cientista portuguesa Ana Maria Silva, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, acaba de ser distinguida, na Holanda, com o "Prémio de Jovem Investigadora" por um trabalho que relaciona osteoporose e menopausa.
A cientista portuguesa Ana Maria Silva, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), acaba de ser distinguida, na Holanda, com o “Prémio de Jovem Investigadora” por um trabalho que avaliou, pela primeira vez, o contributo do metabolismo das células ósseas na osteoporose após a menopausa.
Ana Maria Silva foi premiada no âmbito de um encontro conjunto promovido pela European Calcified Tissue Society (ECTS) e pela International Bone and Mineral Society (IBMS) que decorreu, recentemente, na cidade holandesa de Roterdão, revela um comunicado enviado pela UC ao Boas Notícias.
Segundo a universidade, que cita dados de 2013 da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, a importância de investigar a relação entre a menopausa e a osteoporose é provada pela prevalência desta condição óssea no sexo feminino: o problema afeta 17% das mulheres portuguesas e apenas 2,6% dos homens.
Esta diferença pode ser explicada pela menopausa, fase da vida da mulher caraterizada por uma desregulação da remodelação dos ossos, com consequente diminuição da massa óssea.
De acordo com a investigação desta portuguesa, realizada em modelos animais (ratinhos), o decréscimo dos níveis de uma hormona específica – o estradiol – durante esta fase “altera o metabolismo das células ósseas, estando associado ao desenvolvimento da osteoporose”.
Mas, segundo o estudo, há esperança: se a hormona for reintroduzida no organismo é possível recuperar o metabolismo normal das células. “Durante a menopausa, o aparecimento da osteoporose pode estar associado a um declínio metabólico generalizado das células ósseas”, explica Ana Maria Silva.
Neste trabalho, “a hipótese centra-se na alteração do metabolismo dos osteócitos (células ósseas) em dois cenários: na presença e ausência de estradiol em ratos”, esclarece a investigadora, que conta que “a condição de menopausa dos ratos foi mimetizada através da retirada dos seus ovários”.
A investigação “revelou através dos dois cenários, que o estradiol tem um impacto marcante no metabolismo dos osteócitos”, destaca Ana Maria Silva, que tem vindo a trabalhar no CNC, inserida no grupo de “Mitocôndria, Metabolismo e Doença – Área de Menopausa, Envelhecimento e Metabolismo” e orientada pela investigadora Vilma Sardão.
O trabalho tem vindo a ser realizado no CNC, no grupo de investigação “Mitocôndria, Metabolismo e Doença – Área de Menopausa, Envelhecimento e Metabolismo”, sob a orientação da investigadora Vilma Sardão.
O projeto de investigação envolve uma equipa interdisciplinar, incluindo investigadores do Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto do Instituto Politécnico de Leiria e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Notícia sugerida por Maria da Luz