O filme "Os Maias", realizado por João Botelho a partir da obra de Eça de Queiroz, que aborda a tragédia de uma família e de um Portugal "sem sentido e sem remédio", chega, esta quinta-feira, a 20 salas de cinema de todo o país.
O filme “Os Maias”, realizado por João Botelho a partir da obra de Eça de Queiroz, que aborda a tragédia de uma família e de um Portugal “sem sentido e sem remédio”, chega, esta quinta-feira, a 20 salas de cinema de todo o país.
“Os Maias – Cenas da vida romântica” é o primeiro filme de época de João Botelho, num encontro com a imprensa realizado a semana passada, que o romance queirosiano que narra a vida de três gerações de uma família da burguesia, assenta “como uma luva” no Portugal contemporâneo.
O cineasta destacou, também, a bancarrota anunciada no romance, “e cumprida alguns anos depois, que obrigou a um empréstimo de um banco inglês ao país, demorando 99 anos a pagar, com a última prestação paga em 2001!”
Dois dos protagonistas são os atores Graciano Dias, que interpreta o papel de Carlos da Maia, e a atriz brasileira Maria Flor, que interpreta Maria Eduarda, com quem comete incesto, uma das tragédias que marcam a família d´”Os Maias”.
Do elenco fazem ainda parte João Perry, Pedro Inês, Maria João Pinho, Adriano Luz, Ana Moreira, Catarina Wallenstein, Rita Blanco, Hugo Mestre Amaro, Pedro Lacerda e o barítono Jorge Vaz de Carvalho, que dá voz a Eça de Queirós, o narrador.
O filme decorre num ambiente muito operático, porque os interiores foram filmados em palacetes, sobretudo em Lisboa, e os exteriores são todos filmados em estúdio, usando telas de grandes dimensões, pintadas pelo artista plástico João Queiroz.
De acordo com o produtor Alexandre Oliveira, da Ar de Filmes, o orçamento do filme atingiu os 1,5 milhões de euros, com apoios financeiros do Instituto do Cinema e do Audiovisual, através de concurso, da Câmara Municipal de Lisboa, do Montepio e do Brasil, país coprodutor.