Segundo o Instituto Português de Museus, os seis órgãos voltam a estar operacionais depois de um complexo processo de restauro que terá durado 11 anos sob a coordenação de Dinarte Machado. O arranjo dos órgãos custou um milhão de euros.
As 2000 pessoas que compõem a lotação esgotada e que comparecerem ao concerto irão ter uma oportunidade única já que os seis órgãos nunca foram ouvidos em uníssono por alguém vivo.
Haver seis órgãos é raro a nível mundial. O conjunto de órgãos da Basílica foi encomendado por D.João VI e possuem um total de 12 mil tubos. Foram pensados para tocar em conjunto e estão dispostos de forma a poderem fazê-lo e “entrar em diálogo” conforme explicou o organista João Vaz no programa Câmara Clara da RTP2 que fez um programa especial dedicado ao restauro destas peças únicas.
Um dos órgãos estava totalmente desmontado quando as peças, que são exclusivas para cada órgão, foram encontradas. De resto, cada órgão adota o nome da capela onde estão instalados e que compõem a basílica, daí a designação de órgão do Evangelho, da Epístola, do Sacramento (o que possui o maior número de tubos), de S. Pedro de Alcântara, da Consolação e de Santa Bárbara.
“Vamos ouvir obras que foram tocadas em 1807 quando os órgãos foram terminados”, afirmou o organista João Vaz à agência Lusa, dada a inexistência de reportório mais atual para o conjunto instrumental único no mundo.
Programa:
Sinfonia para a Real Basílica de Mafra de António Leal Moreira (1758-1749)
Caprice sur les grands jeux de Luis-Nicolas Clérambault (1676-1749)
Ouverture de Isfrid Kayser (1712-1771)
Cantochão – Ave maris stella (arraj. p/Coro e 6 Órgãos de João Vaz)
Sonata para Órgão de Marcos Portugal (1762-1830)
Gloria (da Missa para Coro e 6 Órgãos) de João José Baldi (1770-1816)
Organistas:
João Vaz (Evangelho)
Rui Paiva (Epístola)
António Esteireiro (São Pedro de Alcântara)
António Duarte (Sacramento)
Sérgio Silva (Conceição)
Isabel Albergaria (Santa Bárbara)
Coro:
Coral Lisboa Cantat
Direcção:
Jorge Alves