Está a diminuir o número de meninas submetidas à mutilação genital feminina. De acordo com os dados mais recentes da ONU, a incidência desta prática tem vindo a reduzir-se a nível global e "as gerações mais novas" estão agora "menos vulneráveis".
Está a diminuir o número de meninas submetidas à mutilação genital feminina. De acordo com os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), a incidência desta prática tem vindo a reduzir-se a nível global e “as gerações mais novas” estão agora “menos vulneráveis” a serem vítimas.
Os dados foram divulgados esta quarta-feira, data em que se celebrou, em todo o mundo, o Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina.
De acordo com um comunicado publicado pela United Nations Population Fund Agency – UNFPA, “nos 29 países em África e no Médio Oriente” onde a mutilação genital feminina (MGF) é uma prática corrente, “36% das jovens entre os 15 e os 19 anos foram mutiladas”, um número menor do que os 53% registados entre as mulheres com 45 a 49 anos.
Segundo a UNFPA, há países em que “o declínio é particularmente evidente”, nomeadamente no Quénia, onde as mulheres entre 45 e 49 anos têm três vezes mais probabilidade de serem vítimas desta prática do que as jovens entre os 15 e 19 anos. Mesmo nos países com elevados índices de prevalência da MGF, “as atitudes estão a mudar”, destaca aquela entidade.
No Egito, por exemplo, onde a taxa de prevalência ronda os 90%, “a percentagem de mulheres casadas entre 15 e 49 anos que pensam que a mutilação genital feminina devia acabar duplicou de 13 para 28% entre 1995 e 2008”. No geral, a prática está, portanto, a registar uma diminuição, salientaram os diretores executivos da UNFPA e da UNICEF.
Para Anthony Lake, da UNICEF, “este progresso mostra que é possível acabar com a mutilação genital feminina”. Já para Babatunde Osotimehin, diretora do UNFPA, se a vontade política que tem sido revelada na Assembleia Geral da ONU, no sentido de condenar esta prática, se traduzisse em “investimentos concretos”, a MGF “seria já um vestígio do passado”.
A Unicef e o FNUAP têm um programa conjunto contra a MGF desde 2008, e garantem ter já contribuído para que 10.000 comunidades de 15 países, num total de cerca de 8 milhões de pessoas, renunciassem à prática.
Segundo as duas agências, no ano passado, 1.775 comunidades em África declararam publicamente o seu compromisso para eliminar a MGF.