Se a reivindicação dos limites da plataforma continental for aceite, Portugal ficará assim com mais 2,150 milhões de quilómetros quadrados, uma dimensão idêntica à área terrestre de muitos países europeus juntos. Este alargamento diz respeito ao fundo marinho e representa inúmeras potencialidades económicas e científicas para Portugal.
Até agora 51 países apresentaram propostas semelhantes, a de Portugal será a 44ª a ser analisada pela Comissão de Limites da Plataforma Continental. “Face ao historial todo de outros processos, face à justificação que Portugal põe em cima da mesa, acreditamos que a nossa probabilidade de sucesso é muito grande”, frisou Manuel Pinto de Abreu, coordenador da EMEPC.
Ouro sobre azul
Uma das potencialidades que podem vir a ser exploradas por Portugal é a extração petrolífera. Existem, no entanto, outros setores com potencial, como refere Pinto de Abreu.
“Para mim a grande ‘mais-valia’ está na parte dos recursos biológicos, na biotecnologia azul. A farmacêutica associada a estes processos envolve hoje centenas de milhões de euros quando falamos de medicamentos produzidos a partir de espécies descobertas nestas novas áreas”, disse.
A importância do projeto ganha relevância por permitir uma maior projeção internacional de Portugal, mais investigação e melhor conhecimento científico com recurso a novas tecnologias.
O processo espera-se que esteja terminado em 2016 já que a requisição pode demorar entre três a cinco anos a ser oficializada. Portugal conta atualmente com uma plataforma de 1,85 milhões de quilómetros quadrados.