Apenas a 15 minutos de Faro, um colaborador da revista de Jamie Oliver encontrou uma cidade de pescadores "autêntica" sem "turistas de pele rosada" à vista e onde abunda a oferta de peixe e marisco.
Apenas a 15 minutos de Faro, um colaborador da revista de Jamie Oliver encontrou uma cidade de pescadores “autêntica” onde não há “turistas de pele rosada” à vista e onde abunda a oferta de peixe e marisco. O
artigo foi publicado este mês na secção de viagens da edição impressa e online.
Kevin Gould ficou seduzido por esta “cidade de pescadores autêntica”, “maravilhosamente rústica” com “animados e adoráveis mercados”. A influência árabe de Olhão cativou o autor que destaca as “vielas estreitas e brancas” com casas “que imploram para serem amadas e restauradas”. “Muitas das casas têm grelhadores à porta: aqui as pessoas grelham o seu próprio peixe na rua”, salienta.
O cronista sublinha o passado de Olhão como um importante centro produtor de conservas de peixe, em meados do sáculo XIX, altura em que a cidade “fervilhava” com “pessoas e homens de negócios que fizeram fortuna graças ao mar”.
Kevin ficou também entusiasmado com os numerosos “restaurantes com preços acessíveis” onde se pode comer, até “mesmo ao balcão”, “peixe, amêijoas, sapateiras e gambas”.
O “hipnotizador de amêijoas”
Grande parte do artigo é dedicado à tradição da apanha da amêijoa. O autor conversou com o 'apanhador' Papa Leite que descreve como o “hipnotizador de amêijoas” de Olhão.”O seu nome é respeitado e admirado entre os outros apanhadores porque, se houver amêijoas para encontrar, Papa Leite consegue extraí-las da areia”, garante.
Kevin acompanhou Papa Leite num dia de apanha. “Onde estamos não é terra nem mar. Não é dia nem noite. Neste lusco-fusco revelam-se as amêijoas”, escreve o autor, descrevendo “uma tradição de colheita em 'jardins marinhos' que terá pelo menos 5.000 anos”.
“Papa Leite tem uma pequena ferramenta que enterra rapidamente na areia” e “em poucos minutos apanha meio quilo”, relata, impressionado, Kevin, “que passou a olhar para estes homens com um novo respeito”.
A praia dourada da Ilha de Culatra
Olhão preserva a sua autenticidade, na opinião de Kevin, porque não tem praia, “embora algumas das melhores praias da Europa” estejam a pouca distância. O autor aponta o exemplo da ilha de Culatra, na reserva natural da Ria formosa, que fica apenas a alguns minutos de distância e que pode ser alcançada de barco ou ferryboat. Na Culatra há “dunas com fragrância de mar” que revelam “uma impressionante e vasta praia dourada” quase deserta, sublinha Kevin.
De volta a Olhão, o autor rende-se definitivamente aos “cafezinhos” e ao “cheiro a canela” vindo das farturas e dos churros. Mas sobretudo ao mercado – com “produtos que não viajaram mais de 10 quilómetros” – e onde se pode comprar “laranjas e clementinas sumarentas, tomate brilhante, mel precioso como o âmbar” e até “coelhos ou patos vivos”. “O mercado de Olhão grita vida. E nós compramos mais, muito mais do que aquilo que podíamos transportar”, remata.
Na mesma edição da revista do prestigiado chef britânico, foi publicada uma receita de uma “sanduíche de escabeche de peixe” inspirada na tradição culinária do Algarve.
Notícia sugerida por Andreia Luís e Elsa Fonseca
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