por redação
De um total de 160 estabelecimentos abrangidos por um estudo da ERS, 127 conseguiram ser classificados nesta categoria e 106 receberam mesmo uma “estrela” por cumprirem todos os parâmetros de qualidade exigidos neste nível de avaliação.
Os resultados do trabalho fazem parte do chamado SINAS@Hospitais – Sistema Nacional de Avaliação em Saúde, que é divulgado semestralmente pela ERS, e que avalia várias dimensões das clínicas e hospitais públicos, privados e do sector social que funcionam em Portugal.
Neste caso, o trabalho foca-se nas unidades que têm internamento e, além da excelência clínica, avalia-se também os resultados em áreas como a segurança do doente, a adequação e o conforto das instalações, o foco e a satisfação do utente.
No campo específico da excelência clínica, foram analisados os resultados dos hospitais e clínicas nas áreas da cardiologia, cirurgia cardíaca, ginecologia, neurologia, obstetrícia, ortopedia e pediatria. De acordo com um comunicado da ERS, observou-se “uma melhoria nos valores médios de alguns dos indicadores de processo associados a diferentes áreas cirúrgicas, nomeadamente no que respeita à prevenção com antibióticos”. Os dados analisam os doentes tratados entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2015.
Para atribuir uma classificação, a ERS tem em conta vários indicadores. No campo da cardiologia, por exemplo, analisa-se a forma de atuação dos hospitais nos doentes com enfarte agudo do miocárdio. Além dos valores da mortalidade na sequência do enfarte, são também avaliados factores como os medicamentos dados aos doentes quando chegaram ao hospital e aqueles que são receitados no momento da alta, para continuarem a fazer em casa. Foram também avaliados os casos em que os doentes foram tratados com duas técnicas que melhoram muito a recuperação de um enfarte, mas que precisam de ser feitas até 30 minutos ou até 90 minutos depois do doente chegar ao hospital.
Já na área da obstetrícia, os hospitais que consigam fazer menos cesarianas num primeiro parto e que consigam fazer um parto normal a uma mulher que já tenha tido uma cesariana recebem uma classificação superior. São também analisados os casos em que as mulheres tiveram lesões graves (lacerações) ao nível da zona vaginal (períneo).
Nesta análise por áreas, a ERS divide os estabelecimentos por três níveis de qualidade: o nível I é considerado a base, o nível II é o intermédio e o nível III corresponde a uma qualidade superior. Desde a última avaliação, há agora mais hospitais a conseguirem o nível máximo nas áreas de cirurgia de ambulatório, com uma subida de 30% para 40%. Na ortopedia, concretamente nas cirurgias da anca e do joelho por técnica de artroplastia, 17% das unidades tinham nível III e agora são 21%. No tratamento cirúrgico da fratura proximal do fémur o valor subiu de 13% para 16% desde os últimos resultados publicados a 1 de Agosto do ano passado.
Nos resultados individuais, só o Hospital Eduardo Santos Silva (Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho) consegue 16 estrelas no total de 16 áreas que são avaliadas dentro da excelência clínica. O segundo melhor resultado pertence ao Hospital de São Teotónio (Centro Hospitalar de Tondela) e ao Hospital de Braga (uma parceria público privada gerida pelo grupo José de Mello Saúde), que conseguem distinção em 14 de 16 especialidades. Em terceiro lugar, com 13 especialidades a receberem uma “estrela”, surgem o Hospital Pêro da Covilhã (Centro Hospitalar da Cova da Beira), o Hospital de São Pedro de Vila Real (Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro), e o Hospital Pedro Hispano (Unidade Local de Saúde de Matosinhos).
Se olharmos apenas para os hospitais que conseguiram o nível III de qualidade na excelência clínica, em primeiro surge o Hospital de Braga, com esta classificação em oito especialidades. O segundo lugar é ocupado pelo Hospital de Vila Franca de Xira (também uma parceria público privada da José de Mello Saúde), com sete especialidades na melhor classificação. Segue-se o Hospital Pedro Hispano, com seis classificações de grau III.
Nos restantes parâmetros avaliados, a ERS adianta que na área da segurança do doente, 105 (66%) dos 160 hospitais e clínicas conseguiram a “estrela da qualidade”, mas só menos de metade (71) conseguiram a classificação máxima de grau III. Em termos de instalações, 122 unidades conseguiram os critérios para obter uma estrela, sendo que 70 delas receberam o resultado máximo. No campo de focalização no utente 125 prestadores receberam a estrela, ficando 67 deles no nível de qualidade III. O último parâmetro, o da satisfação do utente, só avalia se as unidades fazem ou não inquéritos de satisfação, com 133 prestadores (83%) a dizerem que sim.