Muitas vezes, os operários das Oficinas Gerais de Material de Engenharia de Lisboa criam peças originais a partir de cópias uma vez que as peças necessárias para a recuperação dos veículos já não se vendem no mercado.
É o caso dos compressores das chaimites [veículos blindados], que são reproduzidos de raiz nas oficinas do exército. Há mais de 30 anos que estes compressores deixaram de ser fabricados e só desta forma é possível arranjar peças sobresselentes para veículos que de outra forma seriam abatidos ou postos em museu.
“São carros que já deviam estar encostados. A maior dificuldade é encontrar peças sobresselentes mas neste caso a OGME tem a possibilidade de fabricar essas peças. Muitas vezes fabricamos as peças de raiz, outras vezes compramos peças que depois adaptamos”, explicou o coronel Morgado da Silva em entrevista à SIC.
Desta forma, as viaturas que já estavam perto de se tornar sucata podem transformar-se num veículo com mais 10 ou 15 anos de vida, a custos muito inferiores ao que custaria adquiri-las novas.
Os blindados M113, por exemplo, estão ao serviço do exército desde 1976. Novos custariam mais de 200 mil euros, mas o Estado vai pagar apenas cerca de 50 mil euros pela recuperação de cada um às Oficinas Gerais de Material de Engenharia (OGME).
Os jipes Humvee, que estiveram no Afeganistão ao serviço do estado português, também foram recuperados. Novos custariam 250 mil euros mas a recuperação custou apenas 25 mil euros.
Nas oficinas trabalham 85 operários altamente especializados, dos quais muitos estão na casa há mais de 30 anos. Em declarações à SIC os funcionários confessaram o orgulho que sentem quando recuperam um veículo em fim de vida.
Tudo o que é fabricado, reconvertido ou reparado é sujeito a uma rigorosa inspecção final pelo gabinete de qualidade.